Lançado em dezembro de 2010, Michael é um tenebroso trabalho póstumo do cantor outrora conhecido como Rei do Pop. Composto de sobras de estúdio e músicas nas quais Jackson estava trabalhando, ele não traz qualquer centelha de genialidade que marcou a carreira do cantor. Michael, no entanto, está longe de ser esquecível. Um processo movido em 2014 pela fã Vera Serova expõe um dos supostos maiores causos de fraude da história da indústria fonográfica. Segundo ela — que se apoia no veredito de especialistas —, três canções não foram interpretadas por Jackson, mas sim por um imitador do astro americano.
Breaking News, Monster e Keep Your Head Up foram vendidas para a gravadora — por uma vultosa quantia, não revelada — pelos produtores Eddie Cascio e James Porte. Eles teriam gravado as músicas no porão da casa de Jackson, em 2007. Mas a dupla não tinha em seu poder nenhuma prova de que passaram um tempo com o cantor. Não há fotos, registros por escrito, nem rascunhos de letras. Em sua defesa, eles disseram que o Rei do Pop “queria manter sua privacidade.”
Já os outtakes (sobras de gravação) foram deletados porque a dupla precisava de espaço em seu computador. Os vocais soavam estranhos, mas Cascio e Porte alegaram que essa tinha sido a intenção de Jackson: ele teria gravado a voz num cano de PVC. John McLain, um dos advogados do espólio do cantor, levantou dúvidas sobre a originalidade das canções, mas foi voto vencido. Os produtores ainda mostraram nove “raridades”, que foram recusadas pela companhia.
Na terça-feira passada, Zia Modaber, gravadora da Sony, disse que a companhia falhou ao acreditar nas palavras dos produtores. Mas se eximiu de culpa por repassar essas faixas pouco confiáveis para o público. Dias depois, Zia negou ter admitido que a companhia soubesse da fraude. O Michael Jackson postiço, no entanto, já foi identificado. É Jason Malachi, um imitador do cantor, que inclusive admitiu a “culpa” em sua página no Facebook.
Confira um vídeo de Jason Malachi: