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O silêncio eloquente de Regina Duarte sobre Rubem Fonseca e Moraes Moreira

Diante das perdas dos dois artistas de importância inegável na cultura nacional, a secretária não emitiu nem sequer um comunicado de pesar

Por Amanda Capuano, Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h58 - Publicado em 16 abr 2020, 11h42
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  • Em três dias, o Brasil perdeu dois nomes de importância inquestionável na cultura nacional: o compositor Moraes Moreira, que morreu na última segunda-feira, 13, e o escritor Rubem Fonseca, nesta quarta-feira, 15. Nas redes sociais, políticos, artistas e editoras divulgaram notas oficiais. A secretária de Cultura, Regina Duarte, responsável por promover as políticas na área, aparentemente não se comoveu com as perdas. O que reinou foi o silêncio absoluto. Nenhuma nota de pesar foi emitida nas redes oficiais da secretaria ou no perfil da atriz.

    Vitrine para se manifestar não faltaria: a secretária, que tomou posse no início de março, é muito ativa nas redes. Nos últimos dias, usou o Instagram para dar bom dia aos seguidores, desejar feliz aniversário à filha, compartilhar fotos de bichinhos fofos e até mesmo tecer críticas à imprensa. Não lhe sobrou tempo, porém, para lamentar a morte dos artistas cuja obra é parte incontornável da cultura nacional. Não que ela seja obrigada a isso – como atriz, Regina não deve nenhuma satisfação quanto ao que posta em suas redes sociais. Como secretária da Cultura, no entanto, seria de bom tom ao menos divulgar uma nota de pesar.

    Moraes Moreira fez história na música nacional ao formar com os amigos Pepeu Gomes, Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor, Dadi e Luiz Galvão o grupo Novos Baianos. Em carreira solo, lançou músicas essenciais da MPB e revolucionou o Carnaval da Bahia. Rubem Fonseca é um dos maiores nomes da literatura nacional e fez história ao retratar o pior e o melhor do Brasil em uma vasta obra de estilo cru e telegráfico – para se ter ideia de seu tamanho, há quem compare sua contribuição à de Machado de Assis. 

    Nesse contexto, vale resgatar o discurso de Regina em sua cerimônia de posse, quando afirmou que “a cultura de um país é a sua alma, seu passado, seu presente, seu futuro”. Se a cultura é a alma de um país, o que significa seu silêncio perante a morte de dois nomes tão significativos da arte brasileira?

    Em tempo: os governos estaduais de São Paulo e de Minas Gerais divulgaram nota de pesar pela morte de Rubem Fonseca. “Nossa literatura perdeu um de seus maiores nomes. Ficarão para sempre em nossas memórias seus romances e contos. E sua capacidade singular de retratar o Brasil e os brasileiros”, diz a nota de São Paulo. Em Minas Gerais, terra de Fonseca, a nota destacou a obra do escritor, considerando-o um dos “maiores cronistas brasileiros”.

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    O governo baiano também não esqueceu um de seus mais ilustres filhos e, em uma extensa nota, lamentou a perda de Moraes Moreira, dizendo que ele deixa um legado “indissociável da história da Axé Music e do carnaval moderno”.

     

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