Filmes de super-heróis sempre foram o patinho feio das premiações de Hollywood. Produções como Batman: O Cavaleiro das Trevas e Os Vingadores foram muito elogiados pelo público e pela crítica, mas quase nunca romperam a barreira dos prêmios técnicos, concorrendo sempre entre os efeitos visuais, fotografia, edição ou, no máximo, ao prêmio de melhor ator ou roteiro. Este ano de 2019, porém, está se colocando como um ponto de virada para o gênero e, pela primeira vez em 91 anos de Oscar, um longa do gênero foi indicado ao prêmio de melhor filme: Pantera Negra, de Ryan Coogler (Creed e Fruitvale Station – A Última Estação).
O Oscar vem tentando se atualizar e se aproximar do público desde que anunciou (e depois desistiu), em 2018, que criaria uma categoria especialmente para “filmes populares”. A iniciativa gerou uma enxurrada de reações negativas e a Academia voltou atrás, mas a intenção de reconhecer filmes que, antes, seriam vistos como “menores”, parece ter vindo para ficar.
Além de melhor filme, Pantera Negra também concorre aos prêmios de figurino, mixagem e edição de som, trilha sonora original, direção de arte e canção original. No Globo de Ouro, o longa foi indicado aos prêmios de melhor trilha sonora, melhor canção original e melhor filme, mas não venceu em nenhuma das categorias.
Pantera Negra tem no centro uma civilização africana futurista e guerreira, cujo principal exército é formado por mulheres e cuja tecnologia permite alcançar patamares da medicina nunca sequer imaginados pelo resto do mundo. O longa integra o universo cinematográfico Marvel e foi o filme de super-heróis mais visto de todos os tempos nos Estados Unidos. No mundo, arrecadou mais de 1,3 bilhão de dólares.