Tradicionalmente, o Carnaval em Salvador começa antes do restante do país. A partir desta quinta-feira, os trios já começam a desfilar pelas ruas da cidade. A abertura oficial será às 17h15 com o carro da cantora Claudia Leitte, que contará com a participação do rapper americano Pitbull. Os dois artistas acabam de lançar Carnaval, aposta dela para o mercado internacional.
Apesar do grande investimento na divulgação da canção, Claudia acredita que a música do Carnaval de 2018 será de Daniela Mercury: “Baldin de Gelo, Lacradora e Carnaval vão ser pipoco, um negócio louco. Mas, nessa coisa de premiação, para mim é Banzeiro. Musicão da zorra”, diz ela a VEJA, em referência aos troféus entregues pela imprensa baiana, que escolhem as composições de destaque de cada ano.
Apesar de o funk estar em alta — em hits como Vai Malandra, de Anitta, e Que Tiro Foi Esse, de Jojo Todynho –, a cantora não acredita que o axé esteja fora de moda. “Acontece às vezes de uma coisa ultrapassar em números a outra, mas a importância está ali, é de todo mundo”, diz. “A música popular é cíclica e o Carnaval é plural. Eu já cantei com Quincy Jones na varanda de Gilberto Gil. (O carnaval já teve) Bono Vox, Elba Ramalho, Thiaguinho.”
No entanto, na opinião da cantora, mesmo com a mistura de estilos, quem dá o tom é o axé. “Pode tocar Rita Lee em cima do trio, mas sempre numa pegada baiana.”
E é essa a receita que ela usa para definir o repertório de cerca de 400 músicas por dia, executadas em seis horas em cima do trio: “Eu canto de Led Zeppelin a um pagodão ‘brabo’. (Canto) tudo o que me provoca emoção e me diverte lá em cima”, diz ela. “Tem uma sequência, mas o norte é o público. Se eu percebo que o trio elétrico deu uma parada ou que tem que dar uma organizada na multidão, aí eu reduzo o beat (batida).”
Sobre a ausência da cantora Ivete Sangalo nesta edição da folia — a cantora está grávida de oito meses de gêmeas –, Claudia espera uma surpresa da baiana. “Todo mundo sente falta. Mas eu sei que ela vai aparecer de algum jeito lá. Ivete não vai conseguir ficar quieta. São 20 e tantos anos de Carnaval. Eu tiro por mim, aquilo é viciante”, diz ela. “Acho que ela vai dar algum jeitinho de ir para lá, botar uns médicos com ela, entrar num camarote e fazer uma participação.”