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Petrópolis: Iphan ainda não sabe a dimensão do estrago no centro histórico

Com chuvas fortes, muita lama e destroços pela cidade, a autarquia federal diz que não conseguiu estimar os danos na cidade que possui mil imóveis tombados

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 fev 2022, 10h27 - Publicado em 17 fev 2022, 18h41

O deslizamento de terra que arrasou Petrópolis nesta semana, deixando 110 mortos até o momento, afetou também áreas onde estão joias do patrimônio histórico nacional. A cidade serrana fluminense tem, segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), cerca de 1.000 imóveis tombados e outros 10.000 em área de entorno que não estão tombados, mas que precisam de autorização de órgãos para eventuais intervenções. Com as chuvas, o centro histórico da cidade se transformou em um imenso lamaçal com pontos turísticos afetados.

Dentre os lugares mais atingidos, esta a Casa da Princesa Isabel, que teve um de seus muros derrubados. Alguns casarões históricos, por sua vez, tiveram seus subsolos inundados com água e lama. Igualmente ocorreu com o Palácio Rio Negro, que teve o primeiro andar inundado. Os jardins do Palácio de Cristal e da Praça da Águia também foram inundados. E o Theatro Dom Pedro e o Centro Cultural Estação Nogueira tiveram alguns pontos de alagamentos. Outros locais históricos para o país, até o momento, não sofreram danos, como o Museu Imperial, o Museu Quintandinha, a Casa de Santos Dumont e o Museu Casa do Colono.

Responsável pela preservação destes lugares, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou em nota oficial que informações precisas só serão divulgadas nos próximos dias e que vistorias já promovidas não foram conclusivas devido à dificuldade de locomoção e a lama. A situação aliás, pode piorar nos próximos dias em razão das novas previsões de chuvas. O Iphan afirmou ainda que o escritório técnico da autarquia na região serrana não tem condições de funcionar presencialmente no momento.

Leia a nota na íntegra:

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, lamenta a tragédia ocasionada em Petrópolis (RJ) pelas chuvas que assolaram a região na última terça-feira (15). O Instituto se solidariza com a população e envia condolências para os parentes e amigos das pessoas falecidas.

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Diante das consequências do desastre para áreas tombadas na cidade, o corpo técnico do Instituto está promovendo vistorias para avaliar o impacto das chuvas para o Patrimônio Cultural local. Teremos informações mais precisas nos próximos dias e semanas, conforme as vistorias se encaminharem. As vistorias já promovidas não foram conclusivas, devido à dificuldade de locomoção e ao grande número de destroços e lama na rua.

Petrópolis passa por uma crise humanitária sem precedentes na história. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão ainda em trabalhos fundamentais de remover lamas e destroços das ruas, resgatar pessoas dos escombros, retirar corpos dos falecidos e demarcar áreas de perigo. A situação pode ser agravada pelas chuvas previstas para os próximos dias, portanto, a real dimensão do impacto ao Patrimônio Cultural da cidade só poderá ser aferida após a conclusão desses trabalhos emergenciais. Petrópolis tem cerca de mil imóveis tombados e outros 10 mil em área de entorno a bem tombado. A área de entorno embora não tenha um tombamento em si, precisa ser acompanhada pelo órgão para que eventuais intervenções não interfiram na visibilidade ou volumetria do bem tombado a que fazem entorno.

A Autarquia informa ainda que o Escritório Técnico do Iphan na Região Serrana, situado na área afetada do centro histórico, não tem condições de funcionar presencialmente no momento. Vale destacar que o atendimento ao público se mantém via e-mail (escritorio.serrana.rj@iphan.gov.br) e que o Escritório voltará a receber os cidadãos assim que possível.

Fundada por Dom Pedro I, Petrópolis é um museu a céu aberto que atrai turistas de todo o mundo. Herdeiro das terras adquiridas pelo pai, Dom Pedro II promoveu a urbanização da cidade e a transformou na sede da corte imperial nas temporadas de veraneio. Com extensas áreas protegidas a nível federal, Petrópolis reúne história, paisagismo e excelência arquitetônica, constituindo um dos principais marcos do Patrimônio Cultural Brasileiro.

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