Pinturas roubadas de Picasso e Mondrian são resgatadas na Grécia
Suspeito confessou o crime e levou policiais até o lugar onde escondeu as telas; uma terceira obra foi destruída
Mais um caso de roubo de obras de arte foi resolvido. Desta vez, na Grécia. Esta semana, a polícia grega resgatou pinturas de Pablo Picasso e Piet Mondrian roubadas da National Gallery – Alexandros Soutsos Museum, em Atenas. O furto aconteceu no dia 9 de janeiro de 2012, pela manhã, e acreditava-se que teria sido obra de duas pessoas.
Na segunda-feira, policiais detiveram um suspeito, o construtor civil George Sarmatzopoulos, de 49 anos, em Atenas. Os agentes seguiram pistas de uma reportagem sobre o assunto no jornal Proto Thema. Durante o interrogatório, Sarmatzopoulos confessou o furto e, depois, levou a polícia até uma zona florestal onde tinha escondido as duas pinturas. Uma terceira obra, disse ele, fora destruída no dia do roubo.
Sarmatzopoulos se apresentou aos policiais como um amante da arte e disse que não pretendia vender as obras no mercado paralelo. Durante esses nove anos, manteve as telas em sua casa e em um depósito. Em janeiro, depois de ler em uma reportagem que a polícia estava perto de resolver o mistério, levou-as ao esconderijo, debaixo de um matagal de espinheiros, embrulhadas em plástico protetor.
Foram resgatadas Cabeça de Mulher (1939), retrato cubista que Picasso fez de sua ex-amante Dora Maar, e Moinho, de Piet Mondrian (1909), obra figurativa do artista holandês que retrata um moinho de vento. Um desenho a bico de pena do artista italiano Guglielmo Caccia, datada do século XVI, também fora roubado. Mas o papel teria se rasgado durante a fuga, o que fez o ladrão jogá-lo no vaso sanitário.
O resgate da pintura de Picasso tem um valor especial para os gregos. O artista espanhol deu-a de presente à Grécia, em 1949, em homenagem à resistência contra a Alemanha nazista durante a II Guerra Mundial. No verso da tela, ele escreveu uma dedicatória a tinta: “Para o povo grego, um tributo de Picasso”.
Depois do roubo, um inquérito concluiu que o sistema de alarme da National Gallery não era atualizado há décadas. Várias áreas do museu, que abriga mais de 20 000 peças de arte, estavam fora do alcance das câmeras de segurança. Em 2013, o museu fechou para uma reforma que durou oito anos e custou 70 milhões de dólares. Com o dobro do tamanho, o local reabriu em 24 de março, com visitação limitada devido à pandemia Covid-19. A reabertura coincidiu com o 200º aniversário da independência grega.