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Reabertos, museus europeus dão largada a novas exposições

Entre os artistas exibidos, estão Goya, na suíça Fundação Beyeler, e Rafael, cujo aniversário de morte de 500 anos será homenageado em uma galeria romana

Por Tamara Nassif 9 jun 2020, 18h38

Depois de meses em isolamento, alguns países da Europa começaram, nas últimas semanas, um retorno gradual à normalidade. Com as férias de verão no hemisfério norte batendo à porta, não é surpresa que pontos turísticos e culturais já estão reabrindo suas portas e tentando recuperar o tempo perdido. É o caso de grandes museus, que, mesmo com rígidas medidas de segurança contra uma possível nova onda da pandemia do coronavírus, passaram a exibir exposições já muito aguardadas – e até presentear seus visitantes com girassóis para celebrar a reabertura, como o holandês Museu Van Gogh, em homenagem ao apreço do artista pelas flores amarelas.

Também em Amsterdam, o Museu Nacional Rijksmuseum reabriu no último dia 1, espelhando medidas de segurança já adotadas por outras instituições de arte no continente europeu: é obrigatório o uso de máscaras por parte dos visitantes, bem como manter um distanciamento social de no mínimo 1,5 metro e usar e abusar do álcool em gel disponibilizado nos corredores. Para começar o período de reinauguração com o pé direito, o museu prolongou a exposição de obras romanas do período Barroco, com destaque a Caravaggio e Bernini: começou em fevereiro e estará disponível até setembro. Inicialmente, a exposição seria encerrada no começo de junho.

Mais ao sul, a Fundação Beyeler, na Suíça, famosa por abrigar quadros do “pintor do momento”, Edward Hopper, dono de personagens solitários e paisagens vazias, também será lar de outras duas exposições. O espanhol Francisco Goya, pioneiro da arte moderna, será contemplado com mais de 70 pinturas expostas e uma seleção de desenhos e gravuras, em colaboração com o madrileno Museo Nacional del Prado. Em Setembro, quem ganha destaque é a mostra Close Up, composta por retratos, autorretratos e pinturas de mulheres do modernismo, como a mexicana Frida Kahlo, a francesa Berthe Morisot e Mary Cassatt, dos Estados Unidos.

Já a britânica Galeria Nacional de Londres é um ponto fora da curva: ainda que não tenha sido reaberta, já tem duas exposições de artistas italianos engatilhadas. Uma delas é de Titian, denominada Titian: Amor, Desejo e Morte, para homenagear o pintor renascentista conhecido por retratar personagens mitológicos. A outra é de Artemísia, que, no século XVII,  desafiou os tabus da sociedade patriarcal europeia ao se tornar uma das primeiras mulheres bem sucedidas no ramo. A Galeria de Londres também seria palco de uma homenagem há muito aguardada ao aniversário de 500 anos da morte do pintor Rafael: inicialmente programada para Outubro, a exposição agora foi adiada para 2022. Quem assume a tarefa de homenagear o famoso renascentista de Florença é a romana Scuderie del Quirinale, que estendeu a mostra de 120 obras de Rafael para o final de agosto.

O Louvre, por sua vez, espera reabrir suas portas no dia 6 de julho, mas o Jardim de Tuileries, nos arredores, e o Carrossel já estão abertos e funcionando normalmente. A bilheteria do museu francês voltará a funcionar no próximo dia 15 de junho.

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