A rede de televisão americana ABC anunciou nesta quinta-feira que vai produzir uma série derivada de Roseanne, cancelada no final de maio depois que a estrela da produção, Roseanne Barr, foi acusada de racismo por causa de um tuíte sobre Valerie Jarrett, ex-assessora de Barack Obama.
Segundo o site da revista Entertainment Weekly, a ABC autorizou a produção de dez episódios de um novo seriado chamado The Conners, que trará de volta os personagens principais de Roseanne – com exceção da protagonista da antiga série.
A sinopse afirma que a família retratada em Roseanne passará por uma reviravolta na nova série. “Os Conners são forçados a encarar as dificuldades da vida em Lanford de uma maneira que eles nunca tinham feito antes. Essa icônica família – Dan, Jackie, Darlene, Becky e D.J. – lidam com paternidade, namoro, uma gravidez inesperada, pressões financeiras, envelhecimento e sogros na classe trabalhadora americana”, diz um trecho do texto divulgado.
Ainda não se sabe como a ausência da personagem de Roseanne Barr será explicada. No anúncio, a ABC deixou claro que a atriz não terá qualquer participação ou ganho com o seriado. A americana também divulgou um comunicado: “Eu lamento as circunstâncias que fizeram com que eu fosse retirada de Roseanne. Fechei um acordo para que os 200 empregos de queridos colegas pudessem ser salvos, e desejo o melhor a todos os envolvidos”, disse.
Relembre o caso
Roseanne teve a série que levava se nome cancelada pela emissora ABC poucas horas depois de publicar o comentário sobre Valerie, que é negra. Ela escreveu: “Irmandade muçulmana & Planeta dos Macacos tiveram um bebê = VJ”, as iniciais da ex-assessora. Ela se desculpou mais tarde, mas não foi o suficiente para que o canal decidisse manter seu programa no ar. Roseanne, a série, foi ao ar originalmente entre 1988 e 1997 e ganhou um revival entre março e maio. A retomada atraiu milhões de espectadores nos Estados Unidos, e a produção se tornou uma das maiores da TV americana.
A atriz voltou ao Twitter depois para tentar explicar o que tinha acontecido. Disse, entre outras coisas, que não sabia que Valerie é negra e que estava sob o efeito de Ambien, um remédio para dormir, quando escreveu o tuíte. A explicação, no entanto, não colou: o laboratório do sonífero alfinetou nas redes sociais, dizendo que “racismo não é um efeito colateral conhecido” do medicamento.