Tate organiza a primeira grande mostra de arte gay britânica
Exposição faz parte das comemorações dos 50 anos em que a homossexualidade deixou de ser crime no país
O museu Tate Britain, de Londres, abre nesta semana a primeira grande exposição de arte gay britânica, no âmbito das comemorações do 50º aniversário da descriminalização da homossexualidade no país. Queer British Art 1861-1967 (Arte britânica gay, em tradução livre) explora os cem anos que se passaram entre a revogação da pena de morte por sodomia e a descriminalização dos homossexuais, e se apresenta como “a primeira grande exposição dedicada à arte britânica gay” (ou “queer”, conforme o termo inglês coloquial).
A retrospectiva inclui o quadro que o pintor americano Robert Goodloe Harper Pennington fez do escritor Oscar Wilde em 1881, como presente de casamento, e que será exibido pela primeira vez no Reino Unido. O quadro representa Wilde no auge do sucesso como escritor, e ao lado dele é possível ver a porta de madeira da cela que ele ocupou por dois anos no presídio de Reading, entre 1895 e 1897. O escritor foi condenado a trabalhos forçados por ser gay.
A exposição se estende a oito salas, dedicadas a temas como os desejos ocultos, a indecência pública, as tradições teatrais, o desafio às convenções e o conflito entre a vida privada e a pública. As obras mostram como os artistas do século XIX puderam expressar com sua arte o que não podia ser dito — pintando, por exemplo, homens nus — e como os artistas posteriores à Segunda Guerra Mundial abriram novos caminhos para a sua expressão.
A retrospectiva inclui obras de Francis Bacon, David Hockney, Gluck, Cecil Beaton, Simeon Solomon e Henry Scott Tuke, entre outros.
(Com agência France-Presse)