Venda de livros cresce 50% impulsionada por ofertas e redes sociais
Primeiro semestre do ano registrou mais de 28 milhões de obras vendidas, 9 milhões a mais que o mesmo período de 2020
O ano de 2021 tem surpreendido com boas notícias para o mercado livreiro. Neste primeiro semestre, mais de 28 milhões de livros foram vendidos no Brasil, um salto de 48,5% em relação aos 18,9 milhões de exemplares vendidos no mesmo período de 2020. Os dados são do 7º Painel do Varejo de Livros no Brasil, em pesquisa feita em conjunto pela Nielsen BookScan com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
O movimento também reflete no faturamento. Somando 1,2 bilhão de reais, o setor teve alta de 40% frente aos 846,2 milhões de reais de 2020. Segundo Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL, a boa fase é sintoma da adaptação às turbulências da pandemia. “O aumento do consumo de livros vem demonstrando o bom desempenho de esforços comerciais, como o estímulo a ações promocionais, a oferta de bons lançamentos e o estreitamento do relacionamento com os leitores nas redes sociais”, afirma em comunicado. “Enquanto indústria, precisamos nos conscientizar cada vez mais sobre a responsabilidade que temos de fomentar o hábito de leitura.”
O 7º Painel do Varejo também aponta que, entre 21 de junho e 15 de julho de 2021, o setor teve a melhor marca do ano. Isso se deve às ações promocionais do Amazon Prime Day, conhecido por jogar os preços lá para baixo: foram 4,7 milhões de livros vendidos, contra 2,95 milhões na mesma época de 2020. O salto de 59,3% em vendas registrou 185.52 milhões de reais versus os 117 milhões de 2020. Os dados sugerem que o segundo semestre do ano será ainda mais promissor – tendência validada por especialistas ouvidos pela pesquisa.
Segundo Ismael Borges, gestor da divisão BookScan, da Nielsen Books, os próximos períodos irão apresentar bases comparativas mais próximas ao atual momento do mercado e a expectativa é de “crescimento substancial”. Vale ressaltar que a alta variação percentual é devido a uma comparação de dois momentos bem distintos do setor editorial: no ano passado, as medidas de restrição social ceifaram boa parte do movimento off-line, enquanto, este ano, vemos um mercado livreiro mais resiliente e em recuperação.