Namorados: Assine Digital Completo por 5,99
Continua após publicidade

Xande de Pilares: ‘Favela não é só violência’

O pagodeiro comemora sua participação no Rock in Rio e diz que o álbum que gravou com músicas de Caetano Veloso o fez ser reconhecido além do samba

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 set 2024, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Como embaixador do palco Favela do Rock in Rio, onde se apresentará no próximo dia 19, qual sua opinião sobre esse espaço do festival? Lembro da minha história e do barraco onde morei. Vejo que tudo valeu a pena. Temos de mostrar o lado bom, e o palco é a chance de dizer que favela não é só violência. Lá tem trabalhadores e estudantes que querem realizar seus sonhos. Fico feliz que o palco se chame “favela” e não “comunidade”.

    Quando o Rock in Rio surgiu, há quase quarenta anos, havia muitos estrangeiros na escalação. Como sambista, gostou de ver nesta edição um dia dedicado aos brasileiros? É possível prestigiar seu país sem descaracterizar o evento. Vi muitos artistas estrangeiros de que gostava no primeiro Rock in Rio e nunca imaginei que a música brasileira seria homenageada assim, principalmente o samba. Quando o Rock in Rio começou, eu estudava com uma rapaziada em Pilares que curtia rock e fui com eles ao festival.

    Durante as gravações do álbum Xande Canta Caetano, lançado recentemente, Caetano Veloso chorou ao ouvir suas versões das músicas dele. O pagode venceu? Foi uma baita responsabilidade mexer nas músicas do Caetano. Eu nunca quis ser cantor, mas hoje eu me sinto um cantor. Consegui manter minha identidade de sambista sem descaracterizar a obra dele. Ele não mexeu em nada que fiz. Eu estava gravando quando o vi pela janela na mesa de som enxugando o nariz. Achei que estivesse resfriado. Quando fui lá, todo mundo estava chorando.

    O álbum ampliou seu reconhecimento além das rodas de samba? Um amigo que não curtia samba escutou meu disco e virou fã do Grupo Revelação. Ele me agradeceu por lhe dar a oportunidade e esquecer do preconceito. Você só pode dizer se a fruta é ruim se provar, não é? Ao mesmo tempo, minha sobrinha, que vem do funk e do samba, me disse que eu a ensinei a ouvir Caetano. É uma via de mão dupla.

    Antes do Rock in Rio, o senhor vai tocar no Coala Festival, em São Paulo, e meses atrás cantou no Doce Maravilha, no Rio. O que achou da experiência? Festival era um ambiente que eu frequentava como plateia. Estou começando a gostar da brincadeira. O disco com Caetano me deu a chance de evoluir como músico, me aceitar como artista e cuidar da minha voz. No Doce Maravilha, cantei com a Bethânia. Jamais imaginei que pudesse dar um abraço nela, imagine dividir o palco.

    Publicado em VEJA de 6 de setembro de 2024, edição nº 2909

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
    Apenas 5,99/mês*
    ESPECIAL NAMORADOS

    Revista em Casa + Digital Completo

    Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
    A partir de 35,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.