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Este já é um ano perdido para a economia, diz Mendonça de Barros

Para ele, se a economia fiscal da reforma em dez anos for reduzida de cerca de R$ 1 tri para menos de R$ 500 bi, o Brasil não voltará a crescer

Por Ligia Tuon, de EXAME
Atualizado em 15 abr 2019, 21h32 - Publicado em 15 abr 2019, 12h10
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  • O ano de 2019 está perdido para a economia, na avaliação de José Roberto Mendonça de Barros, fundador da MB Associados. “O custo já está pago, infelizmente. Agentes econômicos já estão revendo para baixo o avanço do PIB deste e dos próximos anos, o mercado de trabalho não deve melhorar e as empresas vão continuar tendo dificuldades com isso”, disse o economista em debate no Fórum VEJA EXAME 100 Dias de Governo, nesta segunda-feira, 15.

    Um sinal importante de que a avaliação de Mendonça de Barros vai no caminho certo é a publicação, hoje, do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), visto como uma prévia do PIB. O índice apresentou recuo de 0,73% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, de acordo com o BC. O resultado mensal foi o segundo negativo após recuo de 0,31% em janeiro. E é também a pior leitura para o indicador desde a queda de 3,1%, vista em maio de 2018.

    O Boletim Focus, que traz as previsões semanais do mercado a respeito da economia, também reduziu sua expectativa para o PIB nesta segunda-feira, pela sétima vez consecutiva, de 1,97% para 1,95% este ano.

    Para Mendonça de Barros, se a economia fiscal da reforma em dez anos for reduzida de cerca de 1 trilhão de reais para menos de 500 bilhões de reais, o Brasil não voltará a crescer. Se ficar em torno de 800 bilhões de reais, “não é o ideal, mas o país pode crescer 3% em 2020, impulsionado por investimentos”. Para ele, a reforma é boa, a equipe econômica é boa, o trabalho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é positivo, mas nada disso será suficiente para acelerar a tramitação do projeto, que “vai levar o ano inteiro para ser aprovada no Congresso”.

    O problema que começou a aparecer, segundo o economista, é a posição do presidente Bolsonaro, que esfria um pouco a maneira como a reforma está sendo apresentada. “Primeiro, disse que preferia não fazer a reforma. Agora, as regras para a aposentadoria rural e o BPC já estão fora antes de começar a tramitação praticamente. Isso é um problema. Acaba com o discurso de que todo mundo vai ter de fazer sacrifício”, afirma o economista.

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