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A indignação em torno da compra de mansões de luxo pela Vale

Após considerar "exorbitante" indenização de 120 milhões de reais por morte de 131 funcionários, empresa pagou 100 milhões de reais por casas de milionários

Por Luisa Purchio Atualizado em 31 jan 2022, 01h31 - Publicado em 29 jan 2022, 13h27
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  • Um recente movimento da mineradora Vale causou indignação aos atingidos pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho e que não se consideram devidamente indenizados. Recentemente, a empresa comprou todas as casas e lotes do condomínio de luxo Jardim Monte Verde, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no valor de 100 milhões de reais, e indenizou os proprietários.

    A informação é de uma reportagem da rádio mineira Itatiaia. De acordo com a apuração, a compra ocorreu após os proprietários constatarem diversas rachaduras e instabilidades nos imóveis causados por atividades de mineração na região, e uma perícia da Vale ter classificado o condomínio como “área de risco”. As barragens próximas ao empreendimento são a B3/B4, que desde 2019 está em estado de “rompimento iminente”, e B6/B7 do Complexo da Mina Mar Azul, bem como a mina Capão Xavier.

    Além de um clube particular com áreas de convivência, parque para crianças e quadras de futebol e de vôlei, o condomínio possui mansões avaliadas em mais de 1,5 milhão de reais. No total, são mais de 30 casas e 51 lotes de aproximadamente 2 mil metros quadrados.

    A indignação sobre a compra se deve à diferenciação da empresa no tratamento aos proprietários das casas de alto padrão e aos atingidos pelo rompimento das barragens. No ano passado, a empresa considerou exorbitante a decisão da Justiça do Trabalho de pagar o valor de 150 milhões de reais em indenização pela morte de 131 funcionários na tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais.

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    Em nota a Vale respondeu que um “estudo técnico realizado por empresa contratada pela Vale e protocolado na Agência Nacional de Mineração (ANM) constatou interferências da operação da mina Capão Xavier em área do condomínio Jardim Monte Verde, em Nova Lima (MG). De acordo com a pesquisa, a geologia do terreno é mais suscetível a deformações do solo”.

    A empresa afirmou ainda que “apresentou aos condôminos, em 2020, um plano de reparação da área, incluindo a aquisição dos imóveis, avaliados pelo valor de mercado, conforme laudos de avaliação externos, e indenização às famílias. Importante destacar que os acordos são acompanhados por advogados constituídos pelos proprietários. A maioria dos imóveis já foi adquirida pela empresa” e que “o condomínio não está na zona de autossalvamento (ZAS) de nenhuma de suas barragens”.

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