Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

A nova estocada de Bolsonaro na cruzada para baixar os combustíveis

Presidente ironiza ao dizer que a Petrobras deveria parar de reduzir os preços, uma vez que a queda não se reflete nas bombas

Por Victor Irajá Atualizado em 4 jun 2024, 14h56 - Publicado em 6 fev 2020, 13h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • No embate travado com os governadores, o presidente Jair Bolsonaro voltou à carga ao comentar o preço dos combustíveis. Seu alvo, agora: os postos de gasolina. Para o presidente, a Petrobras deveria parar de reduzir o preço dos combustíveis nas refinarias, uma vez que a queda não está se refletindo nas bombas para o consumidor final, disse nesta quinta-feira, 6, ao deixar o Palácio da Alvorada. É mais uma estocada do presidente em sua cruzada para baixar os valores cobrados dos consumidores pela gasolina e pelo diesel. Apesar da crítica, ele afirmou que não interfere na política de preços da estatal e que não telefonaria — como já o fez e provocou polvorosa no mercado — para o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, para tratar do assunto.

    Ao alongar a rusga com governadores sobre o preço dos combustíveis, um dia depois de afirmar que se os estados zerassem o ICMS sobre combustíveis, ele zeraria os tributos federais, Bolsonaro afirmou que, embora os Estados estejam em situação financeira ruim, a população sofre mais ao pagar caro pelos combustíveis. “Eu sei que os estados estão em seríssimas dificuldades, mas mais dificuldade que os estados é o povo, que não aguenta mais pagar 5,50 [reais] na gasolina, o caminhoneiro pagar 4,10 [reais] no litro do óleo diesel”, afirmou. “Parece que diminuiu de novo hoje o preço na refinaria, não tenho certeza ainda. Mas se diminuiu, com todo o respeito, não pode diminuir mais, porque não chega no consumidor”, afirmou.

    Bolsonaro está absolutamente insatisfeito com os valores praticados no Brasil. Há sim um efeito perverso causado pelos impostos — o que não é facilmente corrigido, dada a crise fiscal enfrentada pelo país e pelos Estados. O presidente parece entender que políticas populistas não serão capazes de corrigir as deficiências do mercado nacional. Porém, não será blefando, ou com ironias, que conseguirá forçar os governadores a abrir mão de 20% das receitas dos Estados.

    Na quarta-feira 5, a Petrobras anunciou que reduzirá o preço médio da gasolina nas refinarias em 4,3% e em 4,4% do diesel, a quarta redução neste ano. O que Bolsonaro esqueceu de comentar foi o motivo da redução do preço da gasolina: inflacionado desde o final do ano passado pelo atentado que acometeu as instalações da petroleira Saudi Aramco, na Arábia Saudita, em setembro, e as crescentes tensões entre os Estados Unidos e o Irã no começo do ano — desde a morte do general Qasem Soleimani, no dia 3 de janeiro —, o clima arrefeceu e as tensões nos preços dos combustíveis se mostraram passageiras. O preço, portanto, teria de ser reajustado.

    E, vá lá, a afirmação de que o preço não foi refletido nas bombas não está correta. De acordo com um levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, a ANP, o valor médio do litro da gasolina para o consumidor recuou 0,3% durante esta semana, para 4,58 reais. Já o diesel teve queda de 0,58% no período, para 3,77 reais. Não é muito, mas, como provaram as pavorosas tentativas de Dilma Rousseff de controlar o preço dos combustíveis, a irresponsabilidade fiscal custa muito, muito mais. 

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.