A receita liberal de Elena Landau para a candidatura de Simone Tebet
Anunciada como coordenadora econômica da campanha da emedebista, ex-diretora do BNDES quer engendrar política "liberal por inteiro"
Anunciada como coordenadora dos planos econômicos da candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República, a ex-diretora de Privatizações do BNDES Elena Landau desenha as diretrizes para apresentar à população. “Estamos começando a rascunhar. Simone me convidou por saber que tenho posições liberais aliadas ao olhar social. Trata-se de engendrar o liberalismo por inteiro, com olhar para a criação de oportunidades”, diz Elena a VEJA. “É necessário recuperar as florestas, enviar um olhar social para os atingidos pela pandemia”, afirma. Segundo ela, é preciso que o governo invista na melhora do ambiente institucional, após a draga causada pelo governo de Jair Bolsonaro. “Precisamos de políticas para desenvolver a governança de instituições desmontadas, praticar política sem achismo, com avaliação baseada com evidências para fazer ou descontinuar medidas”, diz.
“É necessário que o Estado não atrapalhe, mas que esteja presente onde for necessário”. Diretora durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, a economista ainda alfineta o candidato e ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, do PT. “Temos esperança porque não são os que trouxeram a gente a esse estado que vão nos tirar. Simone não vai trazer receitas do passado ou gerar conflito, é uma pessoa de conciliação e harmonia entre as instituições. O Brasil precisa de mudança”, afirma.
O governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, negocia com Tebet por uma candidatura única. Elena diz que não sabe, tampouco quer, discutir os movimentos políticos. A cúpula do PSDB admite as conversas, mas ainda não há definição, tampouco, de quem seria cabeça de chapa. Como mostrou VEJA, embora tenha ouvido de José Márcio Camargo, professor da PUC do Rio de Janeiro e economista-chefe da Genial Investimentos, a sugestão de relançar o programa “Ponte para o Futuro”, do ex-presidente Michel Temer, essa hipótese não existe na candidatura de Simone. Há o entendimento no partido que o projeto de Temer, apesar dos avanços para o país, mostra-se desconectado com os atuais interesses da sociedade brasileira.
Os pilares da campanha da emedebista devem ser, em primeiro lugar, a defesa de políticas sociais aos mais vulneráveis, dada a conjuntura de inflação, juros e desemprego altos que assola os brasileiros. Nesse sentido, a presidenciável defenderá o andamento das reformas estruturantes, como uma reforma tributária ampla, projeto defendido por Baleia Rossi, autor da PEC 45, recém-nomeado coordenador da campanha.