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Ações da Petrobras caem mais de 7% após volta atrás em reajuste do diesel

Medida de Bolsonaro gerou desconforto entre investidores, mas não existem indícios de política mais intervencionista do Estado, segundo analista

Por Por Redação
Atualizado em 12 abr 2019, 15h08 - Publicado em 12 abr 2019, 12h07
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  • As ações da Petrobras abriram em queda no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, nesta sexta-feira, 12, após a petroleira voltar atrás em seu reajuste de preços do diesel, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Às 14h40, as ações ordinárias da empresa (PETR3), que dão direito a voto, despencavam 7,6%. As preferenciais (PETR4), as mais negociadas do índice, caiam 7%.

    Na quinta-feira, a Petrobras anunciou um aumento de 5,7% no preço do diesel, quinze dias após o último ajuste. Em nota divulgada horas depois, no entanto, a petroleira voltava atrás em sua decisão, afirmando que “avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel”.

    O reajuste estabelecido na quinta-feira seria o maior desde que Bolsonaro assumiu o governo do país.

    Como explica Pablo Spyer, da corretora Mirae Asset, o fato criou reação dos investidores avessos à medida. “Traz um desconforto, principalmente, porque mudou muito radicalmente a decisão”. No entanto, ele frisa que “não há indicações sobre uma política de controle de preços”.

    O reajuste seguia a política definida pela petroleira. Em março, a empresa tinha divulgado que os preços do diesel nas refinarias, que correspondem a cerca de 54% do total pago pelo consumidor, passariam a ser reajustados “por períodos não inferiores a 15 dias”. O objetivo é diminuir o repasse das volatilidades aos seus clientes, que, em alguns momentos, era diário.

    O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou em entrevista à Rádio CBN nesta sexta-feira que a determinação de Bolsonaro foi um caso “isolado”. Além disso, disse crer em bom senso e que não se repetirá a política de preços adotada do governo Dilma Rousseff (PT). Na época, o preço tinha forte controle e intervenção do Estado, o que gerava prejuízos para a empresa.

    As ações da Petrobras, que tem grande peso no Ibovespa, derrubaram o índice no começo do pregão. No entanto, às 12h06, já estava em situação mais positiva, com queda de 0,36% aos 94.416 pontos, após algumas notícias mais positivas no cenário internacional, como o lucro de 9,2 bilhões de dólares do banco JPMorgan.

    Às 14h40, a queda tinha voltado a se acentuar. A desvalorização era de 1,58% aos 92.222 pontos.

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