As ações da Petrobras abriram em queda no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, nesta sexta-feira, 12, após a petroleira voltar atrás em seu reajuste de preços do diesel, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Às 14h40, as ações ordinárias da empresa (PETR3), que dão direito a voto, despencavam 7,6%. As preferenciais (PETR4), as mais negociadas do índice, caiam 7%.
Na quinta-feira, a Petrobras anunciou um aumento de 5,7% no preço do diesel, quinze dias após o último ajuste. Em nota divulgada horas depois, no entanto, a petroleira voltava atrás em sua decisão, afirmando que “avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel”.
O reajuste estabelecido na quinta-feira seria o maior desde que Bolsonaro assumiu o governo do país.
Como explica Pablo Spyer, da corretora Mirae Asset, o fato criou reação dos investidores avessos à medida. “Traz um desconforto, principalmente, porque mudou muito radicalmente a decisão”. No entanto, ele frisa que “não há indicações sobre uma política de controle de preços”.
O reajuste seguia a política definida pela petroleira. Em março, a empresa tinha divulgado que os preços do diesel nas refinarias, que correspondem a cerca de 54% do total pago pelo consumidor, passariam a ser reajustados “por períodos não inferiores a 15 dias”. O objetivo é diminuir o repasse das volatilidades aos seus clientes, que, em alguns momentos, era diário.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou em entrevista à Rádio CBN nesta sexta-feira que a determinação de Bolsonaro foi um caso “isolado”. Além disso, disse crer em bom senso e que não se repetirá a política de preços adotada do governo Dilma Rousseff (PT). Na época, o preço tinha forte controle e intervenção do Estado, o que gerava prejuízos para a empresa.
As ações da Petrobras, que tem grande peso no Ibovespa, derrubaram o índice no começo do pregão. No entanto, às 12h06, já estava em situação mais positiva, com queda de 0,36% aos 94.416 pontos, após algumas notícias mais positivas no cenário internacional, como o lucro de 9,2 bilhões de dólares do banco JPMorgan.
Às 14h40, a queda tinha voltado a se acentuar. A desvalorização era de 1,58% aos 92.222 pontos.