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Ações do Banco do Brasil despencam após indícios de saída de Brandão

Papeis fecharam em baixa de 4,92%, outra queda bilionária em uma estatal; Brandão estaria decepcionado pela forma como o presidente interferiu na Petrobras

Por Luisa Purchio Atualizado em 26 fev 2021, 20h25 - Publicado em 26 fev 2021, 18h58
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  • As ações do Banco do Brasil fecharam em queda de 4,92% nesta sexta-feira, 26, em 28,05 reais, após a publicação de que o presidente da instituição, André Brandão, comentou com amigos mais próximos que tem o desejo de deixar o cargo. Fontes próximas a Brandão ouvidas por VEJA contam que ele está decepcionado com a forma como o presidente Jair Bolsonaro realizou a demissão de Roberto Castello Branco da Petrobras e que a frase dita em um evento de que “demite quem quiser na hora que quiser” preocupa.

    Indicado ao cargo pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Brandão não é próximo a Paulo Guedes, mas representa bem a agenda liberal do ministro da Economia. Guedes e Campos Neto conseguiram convencer o presidente Bolsonaro a não demitir Brandão no começo do ano. Na ocasião, as ações preferenciais do banco despencaram de 39,50 reais para 37,55 reais em apenas um dia. Desde então, a interferência política do presidente tanto no banco quanto em outras estatais vem derretendo suas ações.

    O incômodo de Bolsonaro com Brandão é semelhante ao que causou a demissão de Castello Branco da Petrobras. Brandão, que esteve por mais de 15 anos no banco HSBC, deseja aumentar o lucro do Banco do Brasil – o que, diga-se de passagem, beneficia a União, que é sua principal acionista. Após fazer um plano de demissão voluntária e de fechamento de agências, porém, Bolsonaro ficou insatisfeito. Como mostrou reportagem de VEJA, na verdade o plano de demissão recebeu rápida adesão pelos funcionários que desejavam sair da empresa sem um desconto tão grande em seus benefícios.

    Porém, fechar agências no interior é um assunto muito impopular e delicado politicamente, assim como aumentar o preço dos combustíveis. Por isso, Bolsonaro queria tirá-lo do cargo. A crise na Petrobras mostra que a corda está cada vez mais próxima de se romper e que, se isto acontecer, os papeis das estatais sofrerão os maiores impactos.

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    Em fato relevante enviado na noite desta sexta-feira aos órgão reguladores de mercado, o Banco do Brasil informou que não houve pedido de renúncia por parte de seu presidente.

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