No maior passo de sua jovem história, a companhia de healthtech Alice concluiu, nesta sexta-feira, 12, a aquisição da carteira de clientes de sua principal rival, a QSaúde, que engloba cerca de 16 mil pessoas. A transação, que não teve seu valor divulgado, já foi aprovada pela Agência Nacional de Saúde, a ANS, e catapultará a projeção de faturamento para a Alice em 2023 para mais de 250 milhões de reais, mais que o dobro da estimativa anterior. A transferência dos beneficiários deve ser concluída no dia 1º de junho.
Em 2022, a Alice fechou o ano com cerca de 11 mil clientes e receita de 100 milhões de reais. Com a aquisição, a companhia espera terminar este ano com mais de 30 mil membros. “Estamos apenas no começo, mas este é um importante passo para continuarmos revolucionando o mercado de saúde no Brasil e não poderíamos estar mais orgulhosos com esta notícia”, afirmou André Florence, cofundador e CEO da Alice, em comunicado da empresa.
A Alice espera implantar seu método de gestão e acompanhamento de pacientes, que conta também com uma equipe de atenção primária proprietária, chamada Time de Saúde, para os novos clientes em breve. A empresa admite ter investido mais de 300 milhões de reais na construção de seu modelo, em operação desde junho de 2020 — nesse período, a empresa captou 175 milhões de dólares, atraindo um aporte robusto do Softbank em sua última rodada de investimento.
A aquisição da carteira da QSaúde é mais um passo da empresa em busca de ganhar mercado no país. Em 2022, a Alice ampliou seu escopo ao lançar seu plano corporativo, hoje contratado por mais de 120 companhias. Atualmente, 80% dos atendimentos que acontecem no sistema de saúde da healthtech são feitos pelos Times de Saúde, que funcionam de maneira digital, via texto e vídeo no aplicativo móvel da empresa, e presencial nas Casas Alice, clínicas próprias onde são feitos exames e procedimentos. O futuro da operadora QSaúde, de José Seripieri Filho, que fundou e presidiu a Qualicorp, ainda não foi anunciado pela empresa.