Antecipando a implementação do 5G no Brasil, a Ambev negociou uma parceria com a empresa Speedbird Aero para testes de entregas de bebidas via drones. Esta é uma das empresas que a gigante de bebidas estuda para prover a tecnologia que promete revolucionar o mercado de delivery. Os primeiros voos serão realizados com o veículo DLV2, que suporta 8 kg de carga. Após a certificação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele deverá operar em rotas pré-definidas. A cidade escolhida para a realização dos testes ainda está em fase de escolha.
Esta é mais um grande passo dado pela empresa de drones sediada em Franca (SP) e fundada pelo administrador Manoel Coelho e pelo engenheiro Samuel Salomão. Os sócios trabalharam juntos durante cinco anos no ramo de telemedicina no Arizona, nos Estados Unidos, e resolveram criar a empresa após verem o potencial do negócio de deliveries por meio de Veículos Voadores Não Tripulados (Vant) no Brasil. Criada em 2018, a Speedbird Aero começou 2021 com três funcionários, e logo se expandiu para 24. “Voltamos para o Brasil porque os Estados Unidos estão fechados para mercado de drones, por receio de terrorismo”, diz Manoel Coelho. “O sistema de coordenadas para localização na superfície da terra está acontecendo no mundo inteiro e o Brasil é o terceiro maior produtor de aeronaves do mundo, depois de EUA e Europa”, diz ele.
Outra parceria firmada recentemente é para a utilização exclusiva da cobertura da operadora Claro, nos espectros de 4G, 4.5G e 5G DSS — uma alternativa ao 5G que está em fase de testes até a realização do leilão pelo governo. Tanto com a Claro quanto com a Ambev, o trabalho conjunto consiste em cooperação na área de pesquisa e desenvolvimento. Por ora, a Speedbird possui certificação experimental da Anac, mas tem a expectativa de conseguir as certificações plenas em agosto, o que permitirá a assinatura de contratos comerciais.
Além de pretender ser a primeira empresa de telecomunicações com drones de cargas aprovados, a Claro pretende num futuro próximo utilizar o serviço para o transporte de mercadoria de centros de logística às lojas e, mais para frente, visa oferecer o serviço de delivery para seus clientes. Para isso, já desenvolveu um Sim-Card para utilização própria em drone. O maior desafio para o sistema operar consiste na velocidade da conectividade. Por se tratar de transferência simultânea de inúmeros dados relativos à imagem e geolocalização, a efetividade das entregas por drones depende principalmente da consolidação do 5G.
APORTES
No ano passado, a Speedbird Aero recebeu três milhões de reais em “capital semente” da DOMO Invest, um fundo de investimento do BNDES dedicado às startups e da Anjos do Brasil. As próximas captações, da séria A, acontecerão nas próximas três semanas, e visam captar entre 30 milhões e 50 milhões de reais via venture capital, do Brasil e dos Estados Unidos.