“De vez em quando aparece um produto revolucionário que muda tudo. Hoje a Apple irá revolucionar o telefone”. Foi dessa forma que Steve Jobs deu início à conferência Macworld, em São Francisco, palco em que foi apresentado o primeiro smartphone da Apple, o iPhone 2G.
O evento aconteceu em janeiro de 2007, mas o aparelho só passou a ser comercializado em 29 junho daquele ano, exatamente há uma década. O truque da Apple foi implementar a tela sensível ao toque e acabar com o teclado no corpo do aparelho, usando a a ferramenta apenas quando necessário. Inovação que levou holofotes para o iPhone.
Na época também foi anunciado que o aparelho possuía um software avançado, o “breakthrough”, que estaria cinco anos à frente de qualquer outro smartphone já lançado. A sincronização de todos os arquivos disponíveis em outros aparelhos da marca, como o iPod com o iPhone, também foi um diferencial.
“Acredito em dois fatores para o sucesso do iPhone: primeiro, a facilidade de uso. Antes não era nada intuitivo usar um celular. Para adicionar um contato, por exemplo, era preciso ficar tocando várias vezes no teclado numérico pra encontrar a letra. Outro fator é que o iPhone tornou o smartphone um computador de bolso, com processamento mais potente e aplicativos que fizeram o celular se transformar em várias coisas, com uma máquina fotográfica, bússola, calculadora”, afirmou o editor-chefe do blog do iPhone, Alessandro Affonso.
Mesmo sendo sinônimo de revolução, o iPhone não é o aparelho mais comercializado no país. Tanto que em 2016 a Apple perdeu 50% dos clientes no Brasil, de acordo com dados da consultoria Counterpoint.
A parcela de mercado da empresa passou de 8,3% em 2015 para 3,8% no ano passado. “A crise econômica foi severa o suficiente para questionar se o Brasil iria permanecer como o maior mercado de smartphones da América Latina durante 2016”, explicou a analista da consultoria, Tina Lu.
Naquele ano, o mercado de celulares sofreu queda de 5,2%, no país mas a previsão é de crescimento em 2017, segundo informações da consultoria de inteligência de mercado, IDC Brasil. A expectativa é de um aumento de 7,2% nas vendas de aparelhos celulares – até o final do ano, o Brasil terá 47 milhões de smartphones.
Na média mundial, as vendas de iPhone também sofreram queda. No segundo trimestre fiscal encerrado em 1º de abril, a empresa vendeu 50,76 milhões de aparelhos ante 78,29 milhões do período anterior.
iPhone 8
Apesar dos contantes lançamentos, o iPhone não revoluciona os aparelhos celulares há algum tempo. Para Alessandro Affonso, a última grande revolução da marca foi em 2013, com o iOS 7. “Foi quando a Apple deixou o visual antigo e criou um layout mais limpo, foi um choque tremendo”.
A ausência de Steve Jobs também é um fator que pesa contra os avanços da Apple. “Ele era a grande cabeça, inspirador de tudo e tinha uma visão de mundo muito diferente do resto. Hoje em dia estão mais preocupados com a concorrência do que propor coisas novas e revolucionárias. A Apple perdeu muito com a saída do Steve Jobs”, disse Affonso.
É nesse cenário que a empresa traz ao mercado o iPhone 8 – depois do lançamento do novo iOS 11, que promete ao consumidor a experiência de realidade aumentada e uma Siri mais interativa.
O novo modelo da marca deve chegar ao mercado ainda no segundo semestre deste ano com algumas mudanças significativas. O iPhone 8 teria uma tela infinita com o recurso de leitura da digital na parte traseira do aparelho. Nesta versão, a câmera traseira ficaria na posição vertical e um novo botão, do lado esquerdo, permite ativar o ‘mudo’. Ainda não se sabe o que aconteceria com a câmera frontal do aparelho.
Para o editor-chefe do Blog do iPhone os concorrentes já estão de olho nessas mudanças. “Acho que o Samsung S8 foi baseado nos rumores do novo iPhone. A concorrência, apesar de ter crescido bastante, ainda usa o iPhone como o norte da bússola pra não ficar muito pra trás. Se o iPhone deixasse de existir no ano que vem, não iriam apresentar nada de novo, por que estão acostumados a usar a Apple como referência”.
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