O Banco Central da Alemanha comunicou nesta segunda-feira, 19, em seu relatório mensal que o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode voltar a se retrair no terceiro trimestre. Dados divulgados na semana passada mostram uma retração de 0,1% no segundo trimestre em relação aos três meses imediatamente anteriores. A “guinada para baixo” na indústria doméstica, avalia a instituição, é “determinante” para essa perspectiva.
“Segundo os dados atualmente disponíveis, é de se esperar que a produção industrial encolha notavelmente também no trimestre corrente”, escreve o BC alemão. Indicadores de junho revelam que a indústria alemã teve queda de 5,2% na comparação anual (com junho de 2018), a maior em nove anos. A produção do segundo trimestre deste ano também caiu 1,8% frente aos três primeiros meses do ano.
Além do desempenho industrial, o desemprego também preocupa. A taxa em julho foi de 5%. O indicador está patinando entre 4,9% e 5% desde abril, mês em que teve a primeira alta mensal desde novembro de 2013.
No documento, o BC também indica que fatores como os temores gerados pela guerra comercial entre os Estados Unidos e China, a comunicação pelo Banco Central Europeu (BCE) de uma política monetária mais conservadora e o corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no fim de julho contribuíram para uma demanda fortalecida por bônus soberanos (títulos de dívida externa), levando o rendimento dos títulos alemães a mínimas históricas.
No primeiro trimestre do ano, houve crescimento de 0,4% da economia alemã. Para 2019 como um todo, o governo espera crescimento de apenas 0,5%, o que representaria forte desaceleração frente ao 1,4% registrado no ano passado.
Com o resultado alemão, a principal economia da União Europeia, a expansão do PIB da zona do euro desacelerou no segundo trimestre de 2019. Segundo o Gabinete de Estatísticas da União Europeia, de acordo com dados divulgados na semana passada, o crescimento econômico nos dezenove países da zona do euro foi de 0,2% de abril em comparação aos três meses anteriores, representando uma desaceleração da taxa de 0,4%. Os números preliminares do PIB, incluindo a previsão de crescimento de 1,1% na base anual, ficaram em linha com as estimativas dos economistas.
(Com Reuters)