Após o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Standard & Poor’s nesta quinta-feira, o Ministério da Fazendo reafirmou em nota o compromisso do governo em aprovar as medidas de ajuste fiscal, como a reforma da Previdência. O comunicado também ressaltou que o Congresso apoia a agenda de reformas.
“Sempre contamos com o apoio e com a aprovação das medidas necessárias para o país pelo Congresso Nacional e temos certeza que o mesmo continuará a trabalhar em favor das reformas e do ajuste fiscal fundamentais para o Brasil”, diz a nota.
Apesar de destacar a aprovação de medidas como o teto de gastos e a reforma trabalhista, a S&P explicou ao justificar o rebaixamento da nota de BB para BB- que, “apesar dos vários avanços, o governo Temer fez progressos menores que o esperado”.
Reversão
No comunicado, o Ministério da Fazenda destaca que a retomada do crescimento e a aprovação das reformas podem levar a uma eventual reversão da decisão da agência. “Uma elevação da nota, portanto, seria decorrente da aprovação das medidas fiscais propostas”, ressaltou a pasta.
Reação no Congresso
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), afirmou que os parlamentares não podem ser responsabilizados pelo rebaixamento da nota do Brasil. Para ele, o governo errou ao não optar por uma reforma da Previdência mais enxuta e concentrou boa parte de sua energia para barrar as denúncias contra Michel Temer. “Neste cenário, a equipe econômica não se movimentou para fazer um debate amplo [sobre a reforma com o Congresso]. Foi achar que poderia tirar direito adquirido de trabalhadores rurais, e a discussão ficou em torno disso.”
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), concordou. “O que pesou foram duas denúncias que atrasaram a votação da Previdência. De fato, o governo ficou fraco após as denúncias”, afirmou, antes de ressaltar o papel da Casa na agenda econômica. “A Câmara votou dezenas de projetos que ajudaram o Brasil a sair da recessão”, complementou.
Maia evitou culpar a equipe econômica pelo resultado e procurou mostrar otimismo em relação às votações neste ano. “Agora não é hora de encontrar culpados e sim construir o caminho para votar as reformas”, afirmou.
Já Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, disse esperar que o rebaixamento reforce o discurso do Planalto de que a reforma da Previdência é necessária. “Para mim isto corrobora a nossa assertiva de que sem reforma não existe saída.”
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)