Os problemas no setor bancário que abalaram o mercado no início da semana com a falência de duas instituições americanas, voltaram com força nesta quarta-feira, 15. Desta vez, entretanto, a crise é europeia. As ações do banco Credit Suisse operam em forte queda após o principal acionista da instituição suíça, o Saudi National Bank (SNB), da Arábia Saudita, descartar a hipótese de oferecer mais assistência financeira à instituição. Por volta das 10h40 (de Brasília), o papel do Credit Suisse tinha queda de quase 30% na Bolsa de Zurique.
“A resposta é absolutamente não, por muitas razões além da razão mais simples, que é regulatória e estatutária”, disse o presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, em entrevista à Bloomberg na quarta-feira, em resposta a uma pergunta na quarta-feira sobre se o banco estava aberto a novas injeções se houvesse outro pedido de liquidez adicional.
Na terça-feira, 14, o Credit Suisse havia dito ter identificado “fraquezas significativas” na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos em função de controles internos ineficientes. No relatório anual de 2022, o banco suíço disse que sua liderança concluiu que seus controles não são eficientes.
O banco suíço enfrenta uma crise de desconfiança, com resultados ruins, desde o ano passado. No final de julho, a instituição anunciou que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e de menos riscos, após desastres financeiros que incluíram um golpe de 5,1 bilhões de dólares em 2021 do cliente Archegos Capital Management.
Apesar das falhas, o Credit Suisse disse que suas demonstrações financeiras “representam razoavelmente, em todos os aspectos relevantes, a condição financeira consolidada do grupo”. O Credit Suisse teve de adiar seu relatório anual na semana passada, por conta de questionamentos da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA) sobre fluxos de caixa de 2019 e 2020, que foram revisados no relatório anual de 2021.