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Arábia Saudita convoca Opep para discutir preço do petróleo

Iniciativa vem após pedido de Donald Trump por ações para estabilização dos mercados; preços do óleo chegaram a bater 20 dólares

Por Victor Irajá, Felipe Mendes Atualizado em 4 jun 2024, 15h09 - Publicado em 2 abr 2020, 13h12

A Arábia Saudita convocou uma reunião de emergência entre países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Opep, e outros países produtores para negociar um acordo justo sobre a produção de petróleo e estabilizar o mercado, informou a agência estatal de notícias SPA nesta quinta-feira, 2. A convocação dos sauditas vem após pedido do presidente dos Estados UnidosDonald Trump, por ações para estabilização dos mercados de petróleo.

Isso porque a cotação do petróleo tem sido dissolvida nos últimos meses. Com a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) pelo mundo e a guerra fria protagonizada por países como Arábia Saudita e Rússia, o preço do barril do tipo WTI, que é retirado de poços no Texas (EUA), chegou a ser cotado abaixo de 20 dólares nesta segunda-feira, 30. Nesta quinta-feira, o WTI estava sendo negociado a a 25 dólares, com alta expressiva devido ao anúncio da reunião. No início deste ano, o valor do combustível fóssil estava em torno de 60 dólares e estima-se que, para a sustentabilidade das empresas de exploração de óleo de xisto que permitiu a independência energética dos EUA -, o preço precisa ficar acima dos 40 dólares.

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O catalisador dessa tempestade que devasta o preço do petróleo mundo afora é a Saudi Aramco. A companhia petrolífera da Arábia Saudita, um dos símbolos do país, passara por um processo de abertura de capital em dezembro de 2019, quando captou nada menos que 25,6 bilhões de dólares. Hoje, no entanto, vê seu valor de mercado derreter. Diante da crise, anunciou que irá expandir a produção, que hoje é de pouco menos de 10 milhões de barris por dia, para mais de 12 milhões de barris, além de reduzir o preço oficial de venda do barril para algo entre 6 dólares e 8 dólares — isso aliado à queda da demanda global. 

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Para a Petrobras, a guerra é um banho de água fria sobre as pretensões do governo de avançar com seu plano de desestatização. Com ativos desvalorizados, o programa é posto em dúvida. A necessidade de controle de caixa investimentos e renegociação de dívidas  coloca a empresa entre a cruz e a espada. Até mesmo o ensejo da troca do combustível fóssil por fontes renováveis será impactado com o valor do barril ao chão. “Com a desavença entre a Arábia Saudita e a Rússia, os produtores estão aproveitando a redução global da demanda por petróleo para atacar os americanos e produtores de biocombustível, como o Brasil”, diz Adriano Pires, sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

(Com Reuters)

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