Conseguir uma vaga para trabalhar em uma das empresas mais desejadas exige dedicação e paciência. Os candidatos enfrentam processos seletivos difíceis, em que passam por série de entrevistas consecutivas, dinâmicas com pensamento rápido e até dias inteiros de desafios.
VEJA mergulhou nas etapas de seleção de cinco companhias entre as quinze mais sonhadas, de acordo com ranking elaborado pela consultoria global Universum. O candidato a uma vaga no Google, em geral, passa por ao menos quatro entrevistas. Na Ambev, pode ter de superar um dia inteiro de desafios, enquanto no Nubank é comum enfrentar uma série de dinâmicas. Na Nestlé, o nível de inglês é testado em situações diversas. E no Itaú Unibanco, há até bate-papo com um robô. Para conhecer profundamente os processos seletivos de cada uma dessas empresas, clique acima no nome das companhias.
A escolha das empresas levou em consideração a posição no ranking e o objetivo de englobar diferentes setores, de tecnologia, de alimentos e financeiro. As empresas estatais não foram exploradas, pois necessitam de concursos públicos, e não de processos seletivos. Para entender quais são os caminhos e os reais desafios enfrentados na busca pela vaga tão sonhada, VEJA ouviu antigos concorrentes que atualmente são funcionários, candidatos reprovados e equipes de recursos humanos das companhias.
Ranking das empresas dos sonhos
O Google lidera a lista das empresas mais desejadas para trabalhar, segundo o ranking elaborado pela consultoria global Universum e divulgado em primeira mão por VEJA. O estudo é feito anualmente e replicado em cerca de sessenta países. No Brasil, ele é realizado há dez anos. Para a versão de 2019, foram entrevistados 39.412 universitários, entre outubro e janeiro deste ano, em 129 instituições públicas e privadas de todos os estados do país.
Entre os sonhos profissionais das novas gerações, estão empresas de tecnologia, que passam a ideia de modernidade e ambiente de trabalho leve. No entanto, também têm destaque diversos cargos tradicionais, mostrando que, ao contrário do que estereótipo permite inferir, os jovens ainda se sentem atraídos por estabilidade e segurança. Um exemplo claro é o fato de o governo federal despontar na segunda colocação do ranking, seguido por Petrobras.
Segundo André Siqueira, diretor da Universum na América Latina, o ranking ajuda a entender o universitário brasileiro de forma mais ampla. “Existem outros fatores nessa geração que fazem parte dessa realidade e muitas vezes são subestimados. Em muitos locais, o jovem trabalha para pagar a sua faculdade e sustenta a família com o estágio. Com situações de vida tão diversas, é aceitável que os desejos para o futuro também sejam”, afirma.
Dicas para os candidatos
Para quem deseja tentar a sorte nessas grandes empresas, as equipes de seleção aconselham a atentar primeiramente ao currículo. “Tem de estar organizado, com informações da sua última experiência primeiro, e depois as outras. É importante verificar também se os dados para contato estão atualizados”, explica Tabitha Laurino, gerente da Catho.
Já na hora da dinâmica de grupo e da entrevista, etapas de extrema importância nesses processos, é necessário manter a atenção. “Na dinâmica, siga o que os recrutadores orientaram e não fale alto ou interrompa os outros participantes. Já na entrevista, sinta o recrutador e perceba o tom da conversa, se está mais para acelerar e falar rápido ou detalhar com calma”, explica Laurino.
Etapas on-line também são cada vez mais comuns. A especialista ressalta a necessidade de testar a conexão da internet antes da entrevista e de escolher um local tranquilo. Já sobre redes sociais, ela garante que, apesar de as empresas negarem, a maioria dos recrutadores está de olho, sim, nas postagens. “Eles geralmente verificam Twitter, Facebook e Instagram. Se o candidato acha que possui informações que podem comprometer, é aconselhável não deixar suas redes sociais em modo público”, completa ela.