Os bloqueios e interdições em estradas promovidos por caminhoneiros bolsonaristas e apoiadores do presidente voltaram a cair na manhã desta quinta-feira, 3, após idas e vindas durante a quarta-feira. Segundo o último balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado às 10h07, havia pontos de protestos pelas rodovias em sete estados. Durante a tarde de quarta, a PRF registrou manifestações em 17 unidades federativas.
Ainda segundo a corporação, são 73 pontos de bloqueio ou interdição em rodovias federais em todo o Brasil.
A PRF afirma que liberou 876 bloqueios nas estradas federais do país. Segundo a PRF, há protestos no Amazonas (1), Mato Grosso (24), Mato Grosso do Sul (2), Pará (7), Paraná (2), Rondônia (10), Rio Grande do Sul (3) e Santa Catarina (27). Vale ressaltar que existem bloqueios também em estradas estaduais, o que não é computado pela PRF.
De acordo com a corporação cerca de 2 mil motoristas foram multados, entre esta segunda e quarta-feira, por bloquearem rodovias federais. Em valores, o total de multas chega a 18 milhões de reais.
Na manhã desta quarta, Anderson Torres, ministro da Justiça, usou as redes sociais para reiterar o pedido do presidente Jair Bolsonaro para que as manifestações não fechem estradas. No pronunciamento feito por Bolsonaro na tarde de terça-feira, o presidente não parabenizou o adversário e citou “sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, mas pediu por protestos pacíficos que não prejudiquem o direito de ir e vir e não utilizem os “métodos da esquerda”. Durante essa quarta-feira, além das estradas, manifestantes fizeram atos nas portas de quartéis e batalhões das Forças Armadas.
As manifestações começaram instantes após a oficialização da vitória de Lula, com pontos de bloqueio em Santa Catarina, e se espalharam pelo país. Supermercados e postos de gasolina já sentem efeito do desabastecimento de alimentos e combustíveis. Em 2018, a greve dos caminhoneiros parou estradas do Brasil por 10 dias e tiveram efeito na desaceleração da economia, além de rebote inflacionário.