Auxílio de R$ 600 de Bolsonaro leva mais votos a Lula que para ele
Pesquisa do BTG Pactual /Instituto FSB mostra crescimento do petista entre os eleitores que recebem o benefício turbinado; no cenário geral, vantagem caiu
A vinte dias das eleições, a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre seus adversários vem se reduzindo. Mas um dos focos de sua campanha, que era consolidar o voto do eleitor mais pobre — apesar do aumento de 200 reais do Auxílio Brasil concedido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) às vésperas do pleito — mostra-se bem-sucedido. Segundo a nova rodada da pesquisa feita pelo BTG Pactual/Instituto FSB Pesquisas, o candidato petista tem 63% das intenções de voto entre os beneficiários do Auxílio Brasil, cinco pontos percentuais a mais que na semana anterior. Já Bolsonaro oscilou três pontos para baixo, com 20%.
Apesar de toda a aposta da campanha de Bolsonaro — reforçando em programas de rádio sobre a continuidade do auxílio — e da abertura do cofre feita pelo governo para pagar o bônus de 200 reais até o fim deste ano, Lula consolida seu eleitorado mais humilde. O ex-presidente sempre teve vantagem nesse recorte do levantamento, mas, há um mês, no início do pagamento dos 600 reais, teve sua menor margem, em 52% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro cresceu para 34%. Nas semanas seguintes, Lula voltou a ampliar a vantagem. Até o primeiro turno das eleições, o governo paga mais uma rodada do benefício assistencial. No recorte das intenções de voto por faixa de renda, Lula tem 63% das intenções de voto entre aqueles que recebem até um salário mínimo e 48% de quem recebe até dois salários. Nas faixas de 2 a 5 salários e mais que cinco, o ex-presidente tem 31% e 25%, respectivamente, perdendo a liderança para Bolsonaro.
Apesar da boa notícia vinda das intenções de votos dos mais humildes, o ex-presidente vê suas chances de vencer em primeiro turno cada vez mais distantes. No recorte geral, Lula foi para 41%, um ponto a menos que na semana anterior. Bolsonaro avançou um ponto, de 34% para 35%, diminuindo para 6 pontos percentuais a vantagem de Lula há 20 dias da eleição. Os outros candidatos também subiram: Ciro Gomes (PDT) subiu de 8% para 9% e Simone Tebet (MDB) de 6% para 8%. Sendo assim, Lula têm 44% dos votos válidos, segundo a amostragem.
A pesquisa BTG/FSB foi realizada entre os dias 9 e 11 de setembro, com 2.000 entrevistas por telefone. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no TSE sob o número BR-06321/2022.