Avanço do PIB leva mercado a revisar projeções de crescimento
Se antes o mercado considerava improvável que o PIB atingisse os 3%, agora surgem previsões que indicam uma expansão até maior
O avanço do PIB divulgado nesta terça-feira, 3, pelo IBGE fez surgir uma leva de revisões das projeções de crescimento da economia para este ano. O crescimento de 1,4% veio acima das expectativas.
Economistas, gestores e analistas esperavam crescimento de 0,9%, próximo da expansão de 1,1% registrada no segundo trimestre do IBC-Br, índice do Banco Central que antecipa o desempenho do PIB. No entanto, o aumento da renda, a queda no índice de desemprego e a consequente expansão do consumo aceleraram o aquecimento da economia brasileira, impulsionando os setores da Indústria e de Serviços, ainda que o agronegócio tenha recuado.
A economista-chefe do Ouribank disse que o resultado levaria a uma nova revisão de projeção de crescimento da economia brasileira em 2024. “O resultado do PIB foi bastante positivo e deve contribuir para um avanço nas projeções de crescimento deste ano, que já vêm sendo revisadas para cima já há algum tempo. O mercado deve começar a projetar um crescimento próximo de 3% para o final deste ano”, disse.
Se antes o mercado considerava improvável que o PIB atingisse os 3%, agora surgem previsões que indicam uma expansão de até 3,3%. O Banco ABC Brasil ajustou sua estimativa inicial de 2,6% para 3,3%. Já os economistas do JP Morgan revisaram sua expectativa de 2,9% para 3,2%, enquanto a EQI Asset aposta em um crescimento de 3,1%. Patrícia Krause, economista-chefe da América Latina na Coface, também revisou suas projeções, elevando-as de 2,2% para 3%, mesmo número estimado pela Swiss Capital Invest.
Para justificar essa revisão, os especialistas da Guide Investimentos destacaram o impacto positivo dos resultados recentes sobre as projeções futuras. “O resultado ainda deixa uma ‘herança estatística’ favorável para o restante do ano: se o PIB a preços de mercado se mantiver nos níveis atuais até o fim do ano, o crescimento da economia em 2024 seria de 2,87%. Por conta disso, aumentamos nossa projeção preliminar de crescimento, de 2,2% para 2,9%”, diz o relatório da gestora. A Principal Claritas seguiu a mesma linha, revisando sua estimativa de 2,1% para 2,9%. Marcelo Fonseca, da Reag Investimentos, informou que a casa elevou sua projeção de 2,6% para 2,8%.
Do lado menos otimista, a expectativa se volta para o descontrole fiscal e os juros altos, que podem frear a economia. É o que afirma Fábio Astrauskas, economista e CEO da Siegen, que espera um crescimento de 2,7% do PIB. “Entendo que a necessidade de cumprir a meta fiscal fará com que o governo diminua o ritmo de gastos e investimentos no segundo semestre, diminuindo a aceleração do PIB. Ademais, a Selic no patamar atual, sem perspectiva de corte, irá deprimir o consumo e a atividade econômica”, diz. A Smart House Investments estima alta de 2,5% do PIB, a Ouro Preto Investimentos, 2,3%, e a Ipê Avaliações projeta que o avanço não passe de 2%.
Instituição | Projeção |
Banco ABC Brasil | 3,30% |
JP Morgan | 3,20% |
EQI Asset | 3,10% |
Coface | 3% |
Swiss Capital Invest | 3% |
Guide Investimentos | 2,90% |
Principal Claritas | 2,90% |
Reag Investimentos | 2,80% |
Siegen | 2,70% |
Smart House Investments | 2,50% |
Ouro Preto Investimentos | 2,30% |
Ipê Avaliações | 2% |