Aviação: Cresce número de passageiros que viaja sem malas
Novas regras permitem que empresas cobrem pelo transporte das malas no avião
A forma como o brasileiro viaja de avião mudou. Agora, a maioria carrega apenas a bagagem de mão, evitando despachar outras malas no voo. Pelo menos foi isso o que aconteceu na Gol e na Azul. A mudança é reflexo das novas tarifas adotadas pela maioria das companhias aéreas desde junho.
A nova regulamentação permite que as companhias aéreas passem a cobrar pelas malas despachadas. Antes, os passageiros podiam levar uma mala de 23 kg (voos nacionais) ou de 32 kg (voos internacionais) sem custos adicionais. Para compensar a redução, o peso da bagagem de mão levada pelo passageiro subiu de 5kg para 10 kg.
Desde a mudança, cada companhia adotou uma regra diferente para a mala despachada. A Gol por exemplo, dá um desconto de até 30% para os passageiros que não despacham bagagens. Dependendo da classe tarifária, o passageiro pode levar de uma a duas malas de 23 kg sem custo.
Clientes que compram passagem com desconto e resolvem depois levar bagagem podem pagar uma tarifa adicional depois para embarcar a mala. Para voos nacionais, a taxa varia de 30 (canais de atendimento e agências de viagem) a 60 reais (balcão e check-in). Nos voos internacionais, o custo varia de 10 (autoatendimento e agências) a 20 dólares (balcão).
Segundo a Gol, o total de passageiros que compra a passagem com desconto (sem direito a despachar a mala) já representam 65% dos bilhetes vendidos pela empresa.
“Com a implementação da nova tarifa econômica, muitos clientes têm optado por este modelo e hoje o número de pessoas que viajam sem despachar bagagem aumentou em mais de 50% em comparação com o ano anterior”, informa a empresa em comunicado.
Sem detalhar números, a Azul informou que seus clientes “têm aproveitado as oportunidades de tarifas mais baixas para voar sem despachar bagagens”.
Procurada, a Latam informou que divulgará seus números quando eles tiverem consolidados.
Já a Avianca disse que ainda não começou a cobrar a tarifa de embarque de bagagem. “[A empresa] prefere estudar essa questão mais profundamente durante os próximos meses a fim de criar produtos tarifários customizados para melhor atender às necessidades dos diferentes perfis de clientes.”