As contas de luz vão ficar mais caras em maio. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu que a bandeira tarifária será amarela no próximo mês, o que implicará custo adicional de 1,00 real para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido. Desde dezembro, estava em vigor a bandeira verde, em que não há cobrança de taxa extra.
As duas variáveis que definem o sistema de bandeiras tarifárias são o preço da energia no mercado de curto prazo (PLD) e o nível dos reservatórios das hidrelétricas, medido pelo indicador de risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês).
“Maio é o mês de início da estação seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional. Embora a previsão hidrológica para o mês indique tendência de vazões próximas à média histórica, o patamar da produção hidrelétrica já reflete a diminuição das chuvas, o que eleva o risco hidrológico e motiva o acionamento da bandeira amarela”, informou a nota divulgada pela Aneel.
“Começaram as ‘bandeiradas’. Daqui para a frente, em junho, julho, agosto, setembro, a gente tem muito mais chances de ter bandeira vermelha”, afirmou o presidente da comercializadora Comerc Energia, Cristopher Vlavianos.
A Comerc vê mais de 60% de chance de ocorrer bandeira tarifária vermelha nível dois (a mais cara) entre junho e agosto. O custo cairia um pouco em setembro, quando a empresa espera bandeira vermelha nível um (76% de possibilidade) ou amarela (24%). Já a Esfera Energia projeta um cenário ainda mais desfavorável para os consumidores, com a bandeira mais cara acionada até outubro e um alívio apenas parcial em novembro, com bandeira vermelha no primeiro nível.
As projeções das empresas levam em consideração a nova proposta da Aneel para as regras das bandeiras que deve entrar em vigor já no próximo mês. Mas mesmo a manutenção da atual metodologia de definição do mecanismo não alteraria o cenário de custos maiores ao menos até setembro, segundo a Comerc.
Escala das bandeiras
Na bandeira verde, não há cobrança de taxa extra. Na bandeira amarela, a taxa extra é de 1,00 real a cada 100 kWh consumidos. No primeiro nível da bandeira vermelha, o adicional é de 3,00 reais a cada 100 kWh. E no segundo nível da bandeira vermelha, a cobrança é de 5,00 reais a cada 100 kWh.
O sistema indica o custo da energia gerada para possibilitar o uso consciente. Antes das bandeiras, o custo era repassado às tarifas no reajuste anual de cada empresa e tinha a incidência da taxa básica de juros. A Aneel deve anunciar a bandeira tarifária que vai vigorar em junho no dia 31 de maio.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)