O governo quer votar nesta semana o parecer da reforma da Previdência na comissão especial que analisa o tema na Câmara dos Deputados. Mas líderes de partidos da base aliada dizem que a previsão “mais realista” é concluir a votação na comissão somente na semana que vem.
A base aliada defende que a reforma só seja colocada em votação na comissão quando o governo tiver os 308 votos necessários para aprovar o texto no plenário. O atraso na votação da comissão evitaria o desgaste de aprovar a reforma na comissão, mas ter que esperar para votá-la no plenário.
A votação das reformas trabalhista e da Previdência foi tema de encontro na noite desta segunda entre o presidente Michel Temer e líderes da base aliada no Palácio do Alvorada. Para o texto ser aprovado na comissão, é necessário ter metade dos votos presentes, desde que haja quórum mínimo de 19 parlamentares.
Parlamentares da base dizem que precisam de mais tempo para negociar o texto. O argumento é que o relatório de Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) tem de ser o mais amarrado possível, para evitar que deputados da base apresentem emendas ou votem a favor de emendas da oposição no plenário, desconfigurando os eixos da reforma
A intenção inicial do governo era concluir a votação da proposta no colegiado ainda nesta semana. A estratégia era encerrar a discussão na comissão especial nesta terça e votar o texto até quinta. Agora, a base já analisa adiar a votação na comissão.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), definiu que não realizará votações no plenário da Casa na quarta-feira. Pelo regimento da Câmara, se o presidente da Casa abre a ordem do dia no plenário, a votação na comissão é suspensa.
Além de Maia e de Temer, participaram da reunião no Alvorada os ministros da Henrique Meirelles (Fazenda), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Mendonça Filho (Educação). Os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também estiveram presentes no encontro, assim como o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI).
(Com Estadão Conteúdo)