O Banco do Brasil quase dobrou seu lucro recorrente do primeiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior. A campanha da instituição de corte de custos já surte efeitos nas despesas administrativas. Houve redução nas provisões para perdas com calotes, mas a retração no crédito contribuiu para um salto no índice de inadimplência.
O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quinta-feira lucro ajustado de 2,5 bilhões de reais entre janeiro a março, alta de 95,6% ante mesma etapa de 2016. Em termos líquidos, o lucro de janeiro a março foi de 2,44 bilhões de reais, alta de 3,6% na comparativo ano a ano.
A instituição, que sob o comando de Paulo Caffarelli, lançou em dezembro uma agressiva campanha de cortes de custos incluindo programa de demissão voluntária e fechamento de agências, viu as despesas operacionais caírem 9,9% sobre o fim de 2016, para 12,85 bilhões de reais e alta anual de 0,3%.
A última linha do resultado também foi apoiada por um recuo de 26,6% sobre um ano antes e de 10,3 por cento na base sequencial na provisão para perdas com calotes, para 6,7 bilhões de reais. O dado pode indicar que o BB espera melhora do perfil da sua carteira nos próximos meses.
Melhora que não aconteceu no primeiro trimestre. Ao contrário, o índice de atrasos superiores a 90 dias atingiu 3,89%, um salto em relação aos 2,59% de um ano antes. No fim de 2016, o índice era de 3,29%.
Esse movimento refletiu em parte a retração de 11,4% na carteira de financiamentos do BB em 12 meses, para 688,7 bilhões de reais no fim de março. A carteira ampliada orgânica interna, que referencia a previsão do banco para 2017, caiu 9,2% em 12 meses, a 633,3 bilhões de reais.
Por outro lado, as receitas do banco com tarifas subiram 12,3% contra um ano antes, para 6,1 bilhões de reais.
O conjunto do resultado levou a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido ajustado de 10,4%, ante 5,6% um ano antes e 7,2% no trimestre anterior.
(Com Reuters)