BC mantém taxa de juros em 6,5% pela 3ª vez no ano

Pesou na decisão dos membros do Copom a análise de que a pressão inflacionária causada pela greve de maio dos caminhoneiros foi transitória

Por Redação
Atualizado em 1 ago 2018, 18h51 - Publicado em 1 ago 2018, 18h01

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros em 6,5% ao ano na reunião finalizada nesta quarta-feira. A Selic está neste mesmo patamar desde março, o menor da história do país.

Pesou na decisão dos membros do Copom a análise de que a pressão inflacionária causada pela greve de maio dos caminhoneiros foi transitória, não havendo dessa forma motivo para mudar a taxa de juros neste momento.

“A inflação do mês de junho refletiu os efeitos altistas significativos da paralisação no setor de transporte de cargas e de outros ajustes de preços relativos. Dados recentes corroboram a visão de que esses efeitos devem ser temporários. As medidas de inflação subjacente ainda seguem em níveis baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, afirma o Copom em relatório divulgado após a reunião.

O órgão afirma que decidiu manter a taxa em 6,5% ao ano “considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis”. “O comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019.”

No texto, o órgão sinaliza que a Selic deve ser mantida em 6,5% nas próximas reuniões. O mercado prevê que a taxa permaneça nesse patamar até o começo do próximo ano. “Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente.”

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Repercussão

O presidente em exercício da Federação das Indústrias de São Paulo, José Ricardo Roriz, afirma que a queda da Selic ainda não foi plenamente percebida nos custos dos empréstimos. “São cruciais, portanto, medidas que reduzam o elevado custo do crédito, refletido nos elevados spreads bancários, que há várias décadas é um dos mais altos do mundo. Para reduzir o alto custo do crédito, é necessário adotar medidas que combatam de fato a baixa concorrência no sistema bancário brasileiro.”

Para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o aumento das incertezas com a aproximação das eleições e seus impactos na taxa de câmbio influenciaram a decisão do Banco Central. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, diz em nota que “uma redução dos juros neste momento seria importante para estimular o consumo das famílias e os investimentos das empresas e contribuiria para a recuperação mais robusta da economia”. “A manutenção dos juros em níveis baixos, sem impactos na inflação, exige que o próximo governo aprofunde o ajuste fiscal”, diz o presidente da CNI.

Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) afirma que a decisão de manter a taxa básica de juros em 6,50% ao ano foi acertada, pois a “atividade econômica ainda se recupera de maneira lenta, a geração de empregos formais mostrou um inesperado saldo negativo em junho e, além disso, as expectativas de inflação seguem abaixo da meta estabelecida”.

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“A verdade é que não há espaço para remendos na política econômica. Por isso, a Firjan reitera que precisamos retomar a agenda de reformas estruturais. Esse será o fator decisivo para a recuperação da atividade econômica, com inflação e juros em patamares baixos”, afirma a Firjan.

 

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