BC pede aprovação de reformas para PIB crescer mais de 2,4% em 2019
Segundo Ilan Goldfajn, ambiente com inflação baixa e estável no Brasil depende de aprovação de mudanças na Previdência, principalmente
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a alta do PIB no terceiro trimestre, 0,8%, mostra que o país pode ter um crescimento consistente a partir de 2019. Segundo ele, com “reformas bem-feitas”, o PIB pode crescer além da previsão de 2,4% no próximo ano.
“Esta foi a sétima variação positiva consecutiva, algo que não acontecia desde 2011. Isso mostra uma recuperação gradual. As taxas não são altas, mas todos os semestres foram positivos. Isso nos dá conforto de que vamos crescer de forma consistente”, disse, nesta quarta-feira, 5, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Em sua fala inicial, Ilan retomou vários pontos que tem destacado em discursos recentes, reforçando, por exemplo, que a aprovação das reformas econômicas, especialmente a da Previdência, é fundamental para a sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável no Brasil.
Sobre o cenário externo, Ilan voltou a dizer que o apetite pelo risco em relação aos ativos de economias emergentes apresentou relativa estabilidade mais recentemente, embora o cenário ainda permaneça desafiador. Reiterou também que o Brasil possui “amortecedores robustos para enfrentar choques internos ou externos”.
Independência do BC
Ilan afirmou que a autoridade monetária tem incentivado projeto de lei que formalizaria a independência do Banco Central, criando o mandato de presidente da instituição. Ele pontuou que o aspecto mais importante do texto é a instituição de um mandato que não seja coincidente com o do presidente da República.
“Não é saudável a sociedade colocar tudo ao mesmo tempo. Eu, como presidente do Banco Central, tive que responder várias vezes sobre o futuro não só do governo, mas do próprio Banco Central em meio a um período mais incerto. Isso não precisaria ocorrer ao mesmo tempo”, defendeu Ilan.
Projeto, relatado pelo deputado Celso Maldaner (MDB-SC), estabelece que o mandato do presidente do BC terá duração de quatro anos, com início no dia 1º de março do segundo ano de mandato do presidente da República.
Já os diretores da autarquia serão oito no total e terão seus mandatos com inícios diferentes, numa escala de dois diretores a cada ano de mandato presidencial.
Apesar de alguma movimentação nas últimas semanas para o projeto ser apreciado na Câmara dos Deputados, o líder do atual governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou considerar difícil a deliberação da proposta ainda neste ano.
(Com Reuters)