O Banco Central Europeu subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. A alta vem em linha com o estimado pelo mercado, apesar de ocorrer um dia depois do derretimento das ações do Credit Suisse, que provocou um questionamento sobre o impacto dos juros no sistema bancário, tanto europeu quanto mundial. A autoridade monetária garantiu que o setor bancário europeu é “resiliente” e mostrou-se disponível para providenciar “liquidez ao sistema financeiro da zona do euro se for necessário”.
A elevação da taxa subiu ainda mais os custos dos empréstimos para o nível mais alto desde o final de 2008. Assim como autoridades monetárias de outras grandes economias, o BCE tenta frear a inflação persistente na zona do euro, que está na casa de 8,5%. Segundo a instituição, o nível elevado de incerteza reforça a importância de uma abordagem de acordo com os dados, nas decisões do conselho do BCE sobre as taxas, que serão determinadas pela avaliação das perspectivas de inflação, dos dados econômicos e financeiros que forem sendo disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.
Sobre a crise no Credit Suisse e o risco de contaminação do sistema, os diretores do BCE também disseram que o setor bancário da zona do euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez, e que monitoram as atuais tensões do mercado, enquanto estão prontos para responder conforme o necessário para preservar a estabilidade de preços e financeira da região.
As taxas de juros das operações principais de refinanciamento, de cedência de liquidez e de depósito foram aumentadas para 3,50%, 3,75% e 3,00%, respectivamente. O BCE foi o primeiro grande banco central a se reunir desde que as preocupações com a estabilidade financeira global aumentaram e pode ser um prenúncio do que o Fed, banco central americano, fará na próxima semana. Nos EUA, dois bancos regionais faliram e acenderam um alerta sobre o descasamento de carteiras de bancos e um risco ao sistema bancário. Com isso, há uma expectativa para que o FED diminua o ritmo da alta de juros.
Pelas 10h30, o índice europeu Euro Stoxx50 subia 0,43%, com alívio após o banco central suíço disponibilizar linhas de crédito de 54 bilhões de dólares para injetar liquidez no Credit Suisse preventivamente. Nos EUA, porém, a cautela predomina, depois que os pedidos de seguro-desemprego vieram abaixo do esperado, e os índices abriram em baixa com o índice S&P 500 caindo 0,68%, o Dow Jones perdendo 0,74% e o Nasdaq recuando 0,51%.