O bitcoin começou a operar nesta segunda-feira no mercado futuro da Bolsa Mercantil de Chicago (CME), a mais importante de derivativos (contratos financeiros que têm ganhos conforme um ativo) do mundo, chamando menos atenção do que na recente estreia em outra plataforma menor. Os contratos futuros de bitcoins estavam disponíveis na CME desde a noite de ontem, aproveitando a abertura dos mercados asiáticos.
A estreia no CME segue ao início das cotações da criptomoeda no mercado futuro da CBOE, também em Chicago, na última segunda-feira. Há uma semana, o lançamento dos contratos fez o bitcoin ultrapassar a barreira dos 20.000 dólares (65.650 reais), euforia que está mais contida hoje.
Uma hora depois do início das operações no CME, os contratos do bitcoin para janeiro tinham registrado queda de 6%, para 26.650 dólares (87.488 reais) cada. Posteriormente, o recuo se intensificou a 8%, para 18.990 dólares (62.342 reais). O CME está oferecendo contratos futuros com prazo de um, dois, três e seis meses. No entanto, na primeira sessão, os de vencimento em janeiro superavam amplamente os prazos posteriores.
Perto da metade da sessão, o CME tinha negociado 873 contratos de bitcoins, com valor médio de 18.825 dólares (61.800 reais). Isso representa uma movimentação de 83 milhões de dólares (272,4 milhões de reais), valor baixo para o mercado dos EUA. O montante é muito menor do que o registrado na estreia da criptomoeda no CBOE, apesar de ser uma plataforma muito menor que a concorrente em Chicago. “Há mais gente envolvida no lançamento da CME do que houve no da CBOE”, disse o chefe de operações da Cumberland, Bobby Cho.
Investimentos
Mas, se na semana passada, a entrada do bitcoin no CBOE chamou mais atenção dos investidores, a estreia na CME, mais importante, gerava muito menos interesse por parte dos operadores. Entre outras razões, o mercado está focado nos avanços de Wall Street hoje, onde o Dow Jones Industrial, principal indicador da bolsa, já ganhou 200 pontos. Além disso, os analistas tinham antecipado que a entrada do bitcoin no mercado futuro dos EUA diminuiria a volatilidade da criptomoeda, estabilizando os preços.
De acordo com a corretora Coinbase, a moeda virtual valia menos de 1.000 dólares (3.282 reais) no mesmo período do ano passado. A valorização nos últimos 12 meses foi de cerca de 2.280%. O fato de o bitcoin ser uma criptomoeda sem o controle de um banco central, sem regulação de nenhum tipo e usada por pessoas que querem lavar dinheiro faz o mercado crer que essa bolha especulativa irá estourar cedo ou tarde.