A energia utilizada em operações com bitcoin deve igualar o consumo da Argentina neste ano, segundo estudo do banco Morgan Stanley. A instituição diz também que a demanda pela critpomoeda deverá superar o que será gasto no planeta com veículos elétricos, e que “criar” moedas virtuais é lucrativo atualmente.
Segundo relatório da instituição americana divulgado nesta quarta-feira, a moeda virtual deve exigir entre 120 terawatts-hora (TWh) e 140 terawatts-hora. Isso seria o equivalente a 0,6% do consumo mundial de energia. O valor é superior ao projetado para automóveis movidos a eletricidade no ano de 2025 (125 TWh).
Outro estudo de uma instituição financeira, do banco holandês ING, calculou que a energia gasta por uma única operação com bitcoin é de cerca de 200 kilowatts-hora (kWh), o equivalente ao consumo de uma família de quatro pessoas em um mês.
Segundo o Morgan Stanley, o alto preço da mineração – forma de criar novas unidades da moeda virtual baseada na resolução de operações matemáticas complexas por computadores – deve fazer com que esse tipo de operação se concentre em países com custo de energia baixa, como a China e partes dos Estados Unidos.
O relatório estima que o gasto de energia e em equipamentos para minerar uma unidade da moeda virtual gire entre 3.000 dólares e 7.000 dólares (9.700 reais e 22.630 reais). Atualmente, o preço de um bitcoin é de 13.742 dólares (44.430 reais), segundo o índice divulgado pela Bolsa de Nova York.
A instituição também estima que o aumento do consumo de energia ainda é pequeno, em termos absolutos, e não terá impacto imediato sobre preço de ações de empresas de energia. “Com isso em mente, a mineração ainda é muito lucrativa com o bitcoin no preço atual, e se as criptomoedas continuarem a se apreciar [em preço], nós esperamos que o consumo global de energia para mineração ainda tenha que aumentar para que os retornos aos mineradores sejam menos competitivos”, diz trecho do relatório.