Black Friday: conheça as promoções mais absurdas de 2016
Adidas, Extra, Ponto Frio e Americanas ofertavam descontos de até 90%
Os descontos da Black Friday devem atrair 43% dos consumidores brasileiros, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Mas é preciso ficar atento à veracidade dos descontos.
Órgãos de defesa do consumidor e sites de reclamações costumam receber aumento de queixas neste período do ano. Entre as principais reclamações estão propaganda enganosa e divergência de valores.
No ano passado, a Adidas foi uma das campeãs de reclamações após o cancelamento de várias compras realizadas durante a Black Friday. Confira as promoções mais absurdas da Black Friday de 2016, de acordo com o site Reclame Aqui.
Adidas
No segundo dia da Black Friday, um problema operacional no site da Adidas fez com que todos os produtos fossem vendidos por 129,99 reais. Com o mal-entendido, a empresa cancelou todos os pedidos realizados no sábado, 26 de novembro – a medida revoltou os consumidores e resultou em um alto índice de reclamações contra a Adidas durante aquela edição da Black Friday.
No site do Reclame Aqui foram 743 ocorrências. Enquanto isso, o Procon-SP compilou 482 reclamações.
Na época, um dos consumidores afetados alegou ao Reclame Aqui que, antes da data, os lojistas anunciaram descontos de 70% a 80%. “Isso anula a possibilidade de tentar imputar ao consumidor, mesmo que subjetivamente, um comportamento provido de má-fé, sob a alegação de que claramente se tratava de um erro de fácil identificação”, afirmou ele.
O rapaz chegou a gastar 4.400 reais com os produtos da empresa. Mas, com os descontos, desembolsou apenas 1.012,62 reais.
Ao Reclame Aqui, a Adidas informou que teve de cancelar todos os pedidos realizados entre as 6 horas e as 15 horas do dia 26/11 devido a problemas operacionais em seu site. Ela informou ainda que os consumidores teriam devolução integral dos valores.
Extra
Na edição anterior da Black Friday, o Extra ofereceu aos clientes 90% de desconto em um ar-condicionado da Samsung. Com a oferta, o preço do produto passou para 1.799 reais, ou seja, o valor “original” seria de 18.498,90 reais.
Na época, a varejista também alterou o preço de outro ar-condicionado, o Split Springer Midea. No site da empresa, o produto recebia desconto de 85% e era comercializado de 9.999 reais por 1.399,90 reais.
O Ponto Frio também ofertava descontos similares durante a Black Friday de 2016. O preço do ar-condicionado Split Inverter Philco passou de 9.999 reais para 1.599,90 reais – desconto de 83%.
Naquela edição da Black Friday, o Grupo Pão de Açúcar, dona das varejistas Extra e Ponto Frio, foi o segundo com mais reclamações no Procon-SP, 235 queixas durante o período.
Americanas
Na loja física das Americanas, a promoção “Leve mais por menos” ofertava cerca de 80% de desconto no jogo Battlefield para PlayStation 4. O produto era comercializado de 1.199 reais por 249,90 reais. Só que preço do jogo varia entre 150 reais e 250 reais.
Procuradas, Adidas e Americanas não retornaram o contato até o fechamento da matéria.
Em nota, o Extra afirmou que os produtos em questão foram erroneamente apontados como participantes da Black Friday. “Todos os itens da ação promocional estavam devidamente assinalados no site, o que não era o caso dos produtos citados”.
Ponto Frio e Extra também informaram que “a marcação do preço foi ocasionado por um erro sistêmico, prontamente corrigido assim que identificado”.
Cuidados
Para evitar cair em armadilhas, o consumidor deve pesquisar os preços com antecedência. Dessa forma saberá se o preço realmente está menor que o anunciado na Black Friday. Também é preciso ficar atento ao custo do frete. Muitas vezes, o preço do produto parece ser mais baixo, mas o frete subiu tanto que a compra fica mais cara que antes da Black Friday. Na hora de pesquisar e comparar preços, é preciso incluir o custo com frete para avaliar se há realmente vantagem econômica.
Para evitar casos em que o preço do produto anunciado muda na hora de finalizar a compra, o consumidor pode tirar um print ou fotografia da tela. Com isso, terá a prova da divergência entre o preço anunciado e o preço cobrado.
Outro problema comum é o de finalização da compra. Isso acontece quando o cliente faz a compra e na hora de pagar o site sai do ar. No ano passado, uma das empresas que mais receberam reclamações foi a Adidas, segundo o Procon-SP. A empresa cancelou cerca de 6.000 compras em razão de um problema no site que fez com que todos os produtos tivessem o mesmo preço.
Neste ano, a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, fechou uma parceria com os Procons e o site Reclame Aqui. O objetivo é intensificar a fiscalização para identificar as fraudes. O Reclame Aqui remeterá à Senacon o resultado do monitoramento digital das ofertas realizadas pelo comércio eletrônico.