Dyogo Oliveira, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), afirmou nesta terça (3) que o banco deve quitar antes do prazo a dívida de R$ 250 bilhões que tem junto ao Tesouro Nacional. O valor equivale ao restante do empréstimo, que vence em 2060, após o pagamento de R$ 130 milhões previstos para este ano.
Os empréstimos foram tomados durante as gestões de Dilma Rousseff e Lula e financiaram a política dos “campeões nacionais”, apelido dado a grandes empresas que receberam crédito subsidiado durante o governo petista.
“Com o aperto das contas, devido principalmente à desaceleração da economia e rombo da Previdência, o governo está solicitando os recursos que emprestou ao BNDES para a recomposição do caixa. A decisão é positiva porque reduz a dívida do país”, argumenta Marcelo Cambria, professor de mercado de capitais da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).
Dos R$ 130 bilhões previstos para este ano, R$ 60 bilhões já foram pagos. Restam, ainda, R$ 70 bilhões que o banco se comprometeu a devolver até o final do ano ao Tesouro para o cumprimento da chamada regra de ouro, que impede o Tesouro de emitir dívidas para o pagamento de despesas correntes do orçamento.
Dyogo Oliveira afirmou que pode não ser necessária a devolução desses R$ 70 bilhões ao Tesouro neste ano para o cumprimento da regra de ouro, devido ao lucro que o Banco Central está obtendo com a variação da taxa de câmbio.
Ele informou que aguarda a decisão do Tesouro em relação a essa devolução, que pode ser feita ou no final do ano ou início de 2019, já no próximo governo.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)