Bolsa dispara e dólar cai após condenação de Lula
O Ibovespa deu um salto de quase 1% minutos após a notícia e fechou em alta de 1,57%; moeda americana intensificou as quedas, fechando o dia em R$ 3,2075
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, reagiu à notícia de que o ex-presidente Lula foi condenado a 9 anos e meio de prisão. O índice deu um salto de cerca de 1% por volta das 14h, minutos após a divulgação, e encerrou o dia aos 64.835 pontos (alta de 1,57%). Antes da notícia, o Ibovespa operava perto da estabilidade. A decisão foi tomada pelo juiz federal Sergio Moro, e divulgada nesta quarta-feira.
As ações da Petrobras também se valorizaram após a divulgação da notícia, subindo mais de 4%. Os papéis preferenciais da companhia foram as maiores altas do pregão, com alta de 4,95%, a 12,94 reais.
O dólar comercial também sofreu os efeitos da divulgação da notícia. A moeda americana, que já se desvalorizava frente ao real no início da tarde, intensificou sua queda e chegou a ser cotada a 3,2072 reais na venda por volta das 14h30 (-0,857%). O dólar encerrou o dia a 3,2075 reais, queda de 0,84%.
As negociações dos títulos do Tesouro Direto também foram suspensa, às 14h10, em razão da instabilidade no mercado financeiro. A instituição costuma adotar esse procedimento quando há grandes variações nos preços. As atividades foram retomadas por volta das 15h30.
Expectativas do mercado
A condenação de Lula mexe com o humor do mercado porque é vista como um fator que reduz as incertezas e cria expectativas sobre as chances do petista para as eleições de 2018. A avaliação é de agentes de mercado ouvidos por VEJA.
Para Pedro Afonso, chefe de operações da corretora Gradual, a condenação de Lula é positiva porque dá um desfecho ao caso, diminuindo a instabilidade política. “A única coisa que me preocupa é como as pessoas vão reagir. Existe a possibilidade de ele ser ‘martirizado'”, diz.
Outro efeito positivo apontado pelos analistas é que a condenação pode interferir nas chances do petista para as próximas eleições presidenciais. Lula liderava as intenções, com 30%, no último levantamento do Datafolha sobre o pleito, divulgado em junho.
O analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech Rico, diz que o mercado já esperava nas últimas semanas por uma condenação no caso, e que a expectativa agora é para ver se o ex-presidente será condenado também em segunda instância. Caso isso ocorra, Lula seria impedido de concorrer em 2018, por causa da Lei da Ficha Limpa.