Bolsa fecha em queda de mais de 2% após Fed sinalizar nova alta de juros
Banco Central americano comunicou que deve vir nova alta de juros, o que afetou o mercado brasileiro de renda variável
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em forte queda de 2,17% em dia de aversão a risco global após o banco central dos EUA, Federal Reserve (Fed), sinalizar uma política monetária restritiva por mais tempo, bem como o Bank of England (BoE), que surpreendeu ao manter a taxa de juros também em patamar considerado alto. “Apesar de sinais de fim de ciclo na Europa, nos EUA ainda há alguma incerteza sobre elevação residual”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. “O diagnóstico do mercado, com ou sem alta residual, é que os juros deverão permanecer elevados para garantir a convergência da inflação. Isso acabou influenciando bastante os ativos de risco”.
O Fed optou por manter a taxa de juros no intervalo entre 5,25% e 5,50%, entretanto, sinalizou a possibilidade de um novo aumento até o final do ano. O BoE foi pelo mesmo caminho, por mais que o mercado esperasse nova alta.
No Brasil, o Banco Central, em ritmo oposto, confirmou a redução de 0,5 ponto percentual da taxa Selic para 12,75%, em decisão unânime. O colegiado ainda reforçou que seguiria no mesmo ritmo de corte para as próximas reuniões, indicando uma menor probabilidade de aumentar o ritmo de cortes ainda neste ano, como era especulado por parte do mercado. “A decisão do Copom ontem jogou sobre o fiscal o tamanho do ciclo de cortes. As perspectivas estão muito ruins, o que dá a entender que o ciclo pode ser menor que o precificado”, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.