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Brasil importou 11% mais dos EUA neste ano e saldo dos americanos cresceu

Apesar de Trump classificar comércio com o Brasil de "injusto", balança entre os dois países é positiva para os EUA e tarifas aplicadas pelo Brasil são menores

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 jul 2025, 13h17

A despeito de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter alegado que há “graves injustiças” na relação comercial do Brasil com os EUA ao anunciar uma tarifa extra de 50% sobre todas as exportações do Brasil ao seu país, a balança entre as duas economias é historicamente favorável para os Estados Unidos, e esse saldo está crescendo.

No primeiro semestre de 2025, já sob o efeito das primeiras políticas tarifárias de Trump com o resto do mundo, as vendas do Brasil para os EUA até cresceram um pouco, com um alta de 4% na comparação com os mesmos meses no ano passado.  As compras de produtos norte-americanos pelos brasileiros, porém, aumentaram ainda mais – o avanço foi de 11%, de acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior do Brasil.

O resultado é que o déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos cresceu de 280 milhões de dólares no primeiro semestre do ano passado para 1,7 bilhões de dólares neste ano, um valor quase seis vezes maior. “Houve de fato uma melhora no superávit comercial dos Estados Unidos com o Brasil, e pode até ser algum sinal de que as políticas de Trump estejam funcionando, mas é difícil de separar as razões”, diz o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sérgio Vale.

A balança comercial entre os dois é positiva para os Estados Unidos desde 2009, isto é, o Brasil compra mais produtos do mercado americano do que o oposto. “É comum que haja oscilação nos preços e nas vendas dos produtos comercializados entre os dois, mas, afora isso, é uma relação que não sofreu muitas mudanças nos últimos quinze anos”, diz Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e sócio da consultoria BMJ. “Por outro lado, se a nova ameaça se concretizar, daí, sim, devemos começar a ver efeitos bem mais fortes”. Ou seja, as exportações do Brasil para os EUA podem, a partir do segundo semestre, começar a perder volumes importantes.

A participação do comércio internacional nas compras e vendas do Brasil é conhecida por não ser muito grande em relação a sua economia, o que, se limita o acesso dos consumidores e empresas brasileiras a produtos melhores e mais baratos, também ajuda a reduzir o impacto de choques externos. Atualmente, tudo o que o Brasil exporta para o resto do mundo equivale a 20% de seu produto interno bruto, sendo que as vendas para os Estados Unidos, que são 12% do total exportado pelo Brasil, representam 2% do PIB nacional, de acordo com contas feitos pelo banco Goldman Sachs. É esse pedaço da economia brasileira, que não é irrelevante quando se pensa no tamanho que o PIB tem, que deve sofrer com a nova tarifa de Trump caso nada mude até 1 de agosto, quando estão previstas para entrar em vigor.

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Petróleo, produtos siderúrgicos como placas de aço e ferro e os aviões da Embrear, além de celulose, café e carnes, estão entre os produtos que o Brasil mais exporta para os Estados Unidos. Do outro lado, o Brasil também compra petróleo e aeronaves dos americanos, além de máquinas e equipamentos, produtos petroquímicos, medicamentos e outros produtos industriais.

Brasil cobra menos que os EUA

Atualmente, os brasileiros, têm, de fato, uma alíquota média sobre as importações razoavelmente maior que a dos americanos, mas, quando olhados apenas os produtos que importa dos Estados Unidos, a alíquota efetiva brasileira chega a ser menor do que a do parceiro. Isto acontece porque a cesta de produtos que o Brasil traz de lá é repleta de derivados de petróleo, máquinas e outros insumos à produção que, em geral, têm as importações incentivadas.

A alíquota máxima média aplicada pelo Brasil atualmente sobre tudo o que importa (e que varia entre os diferentes produtos) está em 11,2%, enquanto a dos Estados Unidos, uma das mais baixas do mundo, é de 3,3%, de acordo com os dados compilados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) de todos os seus membros. Quando considerados apenas os produtos que o Brasil traz dos Estados Unidos, porém, a alíquota efetiva cai a 2,7%, mostrou uma conta feita pela Confederação Nacional da Indústria. É menor, inclusive, que o teto de referência adotado pelos EUA. De acordo com a CNI, entre os vinte produtos mais importados pelo Brasil dos Estados Unidos em 2023, metade teve tarifa efetiva de 0%, lista que inclui petróleo e derivados, aviões, partes de aviões, fertilizantes e outros.

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