O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, informou nesta segunda-feira (3) que o governo federal prevê investir R$ 10 milhões via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em pesquisas voltadas para o mapeamento e sequenciamento do novo coronavírus.
Segundo Pontes, o valor ainda é uma previsão e deve ser aplicado em 2020. A informação foi divulgada após teleconferência sobre o novo coronavírus com ministros de Ciência e Tecnologia de outros oito países (Alemanha, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Itália, Japão e Nova Zelândia).
Em fevereiro, a pasta criou a Rede Vírus, uma rede de pesquisa envolvendo cientistas e laboratórios para ajudar no enfrentamento de viroses emergentes, com foco inicial em coronavírus e influenza. O grupo é formado por especialistas e representantes do Ministério da Saúde, de entidades científicas e de unidades de pesquisa.
O ministro Marcos Pontes afirmou em entrevista que “a ideia é trabalhar com Ministério da Saúde para colocar recursos para que essa rede possa desenvolver as pesquisas. Certamente vai ajudar em termos de modelamento desse vírus, no mapeamento e no sequenciamento desse genoma e muitas outras possibilidades em termos de tratamento, testes clínicos. Então, o Brasil pode contribuir muito.”
A rede de pesquisa será coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) e definirá uma agenda de prioridades de pesquisa e ações futuras para auxiliar no combate de viroses no país. A atuação deverá ser restrita ao campo da pesquisa científica, como auxiliar e complementar às iniciativas do Ministério da Saúde.
Ministros de Ciência
De acordo com Marcos Pontes, o grupo de ministros de Ciência discutiu sobre formas de trocar informações sobre o novo coranavírus entre os países e como pode haver a colaboração entre os países.
“Nós tratamos de três assunto: o que estamos fazendo em cada um desses países em termos de pesquisa para auxiliar a parte de saúde propriamente dita. Segundo: como a gente pode trocar dados; e terceiro, como podemos colaborar com os diversos países”, explicou Pontes. O grupo de ministros faz parte do Carnegie Group of Science Advisers, criado em 1991 para reunir anualmente ministros da Ciência de diversos países.
Segundo o ministro, o grupo tem trabalhado no mapeamento e identificação da origem do novo coronavírus: “A pesquisa e o desenvolvimento têm uma série de fatores que trabalham na busca de identificar o vírus, o genoma, o modelamento. Com esse tipo de identificação, a gente consegue ter uma ideia de onde vem, que tipo de vírus a gente recebeu aqui no Brasil. É importante a gente ter a noção dessa propagação”, completou.
A previsão de Pontes é que o grupo mantenha o contato, por teleconferência, semanalmente.