Brasileiro deixa de comer fora para enfrentar período de crise
Para 76% dos brasileiros, a vida financeira está igual ou pior que no ano passado
Para lidar com os efeitos da crise, 80% dos brasileiros cortaram gastos em comparação com o primeiro semestre de 2016. Na hora de enxugar despesas, o item mais afetado foi a refeição fora de casa. Seis de cada dez brasileiros disseram que pararam de comer fora do domicílio, segundo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional e Dirigentes Lojistas (CNDL).
Para 76% dos brasileiros, a vida financeira está igual ou pior que no ano passado. A percepção é de que a economia do país piorou para 39% dos entrevistados.
O levantamento mostra que para fazer economia o brasileiro gastou menos com roupas, calçados e assessórios (55%), idas a bares e restaurantes (53%), gastos com lazer e cultura, como cinema e teatro (51%), viagens (51%), idas a salões de beleza (50%) e compra de itens supérfluos nos supermercados (50%).
“As projeções indicavam que o início da recuperação se daria ao longo do segundo semestre. Agora, porém, levantam-se muitas dúvidas sobre essa possibilidade acontecer neste ano”, avalia o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
A queda na renda e aumento do desemprego influenciaram na percepção do desempenho da economia. Entre os que consideram que tiveram piora da situação financeira, as razões apontadas são queda da renda familiar, não conseguir mais poupar como antes e desemprego.
A pesquisa mostrou ainda que 57% dos brasileiros passaram a fazer bicos e trabalhos extras para complementar a renda de casa. Pouco mais de um terço (35%) precisou recorrer a empréstimos bancários ou ajuda de familiares para organizar o orçamento. Há ainda, 26% de entrevistados que para conseguir algum dinheiro tiveram de vender algum bem.
Como consequência da redução da renda, 38% dos entrevistados foram parar nos cadastros de inadimplentes pelo não pagamento das contas. Mais da metade (51%) dos consumidores admitiram ter ficado vários meses ao longo deste ano com as contas no vermelho e 56% não estão conseguindo pagar todas as contas em dia.