Brasileiro presidente da Nissan é preso por sonegação fiscal no Japão
Segundo investigação interna da Nissan, Carlos Ghosn "declarou durante anos renda inferior ao valor real"
O executivo franco-brasileiro de origem libanesa Carlos Ghosn, presidente do conselho de administração da montadora japonesa Nissan, foi preso nesta segunda-feira, 19, em Tóquio, acusado de fraudar o Fisco japonês.
Segundo as autoridades locais, a remuneração de Ghosn totalizou 1,1 bilhão de yens, aproximadamente 9,7 milhões de dólares, no ano fiscal de 2016. No período seguinte, ele reportou uma remuneração de 730 milhões de yens, uma redução de 33%.
Ghosn era executivo da Renault antes de assumir a presidência da Nissan, em 1999, após a japonesa vender uma parte sua para a montadora francesa.
Em 2005, após um forte crescimento da Nissan, ele assumiu a presidência também da Renault. Ele também comandou a japonesa Mitsubishi, após a compra desta pelo conglomerado Nissan-Renault.
No ano passado, ele deixou a presidência-executiva para se tornar presidente do conselho da Nissan. Segundo a imprensa japonesa, Ghosn conseguiu desbancar a rival Toyota como maior fabricante de automóveis do Japão. No ano passado, o conglomerado vendeu 10,6 milhões de unidades.
Investigação interna
Antes do anúncio da prisão, a Nissan já havia afirmado, na manhã desta segunda, que Ghosn “declarou durante anos renda inferior ao valor real”, de acordo com os resultados de uma investigação interna.
“Além disso, várias outras práticas ilícitas foram descobertas, como o uso de bens da empresa com fins pessoais”, afirmou a empresa, que vai propor ao conselho de administração a “demissão rápida de seu cargo”.
Com AFP