O brasileiro sacou 51,2 bilhões de reais da poupança no primeiro trimestre do ano, segundo o Banco Central. Essa é a maior retirada do período desde 1995, refletindo o cenário de inflação persistente e endividamento alto das famílias. No primeiro trimestre do ano passado, os saques superavam os depósitos em 40,37 bilhões de reais na aplicação mais popular do país.
Os dados do BC mostram uma desaceleração na fuga de recursos em março, após retiradas recordes em janeiro e fevereiro. No mês passado, os brasileiros sacaram 6,09 bilhões de reais a mais do que depositaram na caderneta de poupança. Em relação a março do ano passado, a retirada líquida recuou 60,36% em relação a março do ano passado, quando os correntistas retiraram 15,36 bilhões de reais que depositaram.
Em 2022, a caderneta registrou fuga líquida – mais saques que depósitos – recorde de 103,24 bilhões de reais, refletindo o cenário de inflação persistente, juros altos e endividamento crescente. Em 2020, primeiro ano de pandemia, a poupança tinha registrado captação líquida (depósitos menos saques) recorde de 166,31 bilhões de reais. Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia da covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.