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Brasileiros invadem Clubhouse enquanto China bane aplicativo

Rede social criada por ex-Google vira febre e ganha quase 6 milhões de usuários em menos de dois meses

Por Josette Goulart Atualizado em 9 fev 2021, 17h04 - Publicado em 8 fev 2021, 15h36
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  • Milhares de brasileiros descobriram neste fim de semana o Clubhouse, uma nova rede social fundada por um ex-Google e que está virando uma febre. A rede funciona como uma grande conferência 24 horas, cheia de salas com diferentes assuntos e palestrantes. O usuário entra e fica escutando o que as pessoas estão falando, como se fosse um podcast. Se o moderador deixar, você pode até participar do bate-papo, ou mesmo montar sua sala e ser o moderador. Em algumas das salas, neste fim de semana, os usuários encontraram pessoas como Guilherme Benchimol, fundador da XP, ou Israel Salmen, CEO da Méliuz, ou Luciano Huck. Todos dando suas opiniões sobre o tema do momento na sala.

    Mas, se no Brasil, a rede foi tomada num primeiro momento pelos temas empreendedorismo e startups, estratégias digitais ou dicas financeiras, na China, os usuários começaram a usar as salas para discutir democracia, direitos humanos e os protestos em Hong Kong. O resultado é que o governo chinês baniu neste fim de semana o aplicativo.

    Isto aconteceu porque não há como controlar o conteúdo que está sendo gerado na rede, já que é um canal exclusivo de voz e que não fica gravado na rede. Ou se acompanha ao vivo, ou perde o conteúdo. Monitorar milhares de salas com milhares de pessoas falando livremente é inviável. Entre domingo e segunda-feira, os chineses começaram a relatar instabilidade. O governo chinês possui o “grande firewall”, que bloqueia redes sociais. É o caso de Twitter, Facebook, YouTube, entre outros. Como não tinha passado por bloqueio ainda, a nova rede estava sendo utilizada para discutir, entre outros assuntos, a independência de Taiwan e a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong. 

    Mesmo sem os chineses, o Clubhouse promete explodir. Ela foi criada em abril do ano passado pelos ex-Google Paul Davison e Rohan Seth. Toda semana os dois abrem uma sala dando uma espécie de mentoria para explicar como as pessoa podem usar a rede. Em dezembro, eles tinha 600 mil usuários. E agora já são 6 milhões. A rede não tem nem um ano de existência e já vale 1 bilhão de dólares.

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    Na semana passada, um grande impulsionador do Clubhouse foi Elon Musk, sempre ele. O bilionário dono da Tesla e SpaceX entrou na rede para conversar ao vivo com o dono da Robinhood, que proibiu pequenos investidores de negociar ações como GameStop pela plataforma. Segundo a imprensa americana, no dia seguinte à entrada de Musk, a rede ganhou 1 milhão de novos usuários.

    Ficou super afim de entrar na rede? Mas ela não é para qualquer um. O aplicativo só está disponível no iOS, ou seja, se você não tem um iPhone não pode entrar neste momento. E também precisa de um convite de alguém que já esteja na rede. O convite não é tão difícil porque assim que se baixa o aplicativo, em alguns casos, ele busca seus conhecidos no Twitter que já estão na rede e que podem autorizar sua entrada. Você então ficará vinculado a esse usuário.

    Uma curiosidade: a foto que ilustra o aplicativo é de um um músico de jazz, usuário da rede, que montou uma sala para tocar com quem aparecesse por lá.

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