Bolsa de valores de Tóquio cai 12% e a de Taiwan recua mais de 8%
As ações da Apple recuam mais de 8% no pré-mercado em Nova York e os futuros do índice de tecnologia Nasdaq derretem 4%
É indiscutível o poder de influência de Warren Buffett sobre os mercados financeiros. Esta segunda-feira é um exemplo enciclopédico do poder do oráculo de Omaha.
No sábado, a companhia comandada por Buffett, a Berkshire Hathaway, anunciou ter vendido metade das ações que detinha da Apple, por US$ 75,5 bilhões. Acontece que Buffett era um dos maiores acionistas da companhia, com participação de mais de 5% na maçã. E ele é conhecido por manter ações a longo prazo.
O anúncio da venda, que ocorreu em meados de junho, ajudou a fomentar uma nova onda de liquidação global de ações de tecnologia. Se nem o maior “buy and hold” do mercado quer segurar os papéis, por que investidores menores deveriam manter os investimentos?
As ações da Apple recuam mais de 8% no pré-mercado em Nova York e os futuros do índice de tecnologia Nasdaq derretem 4%. Os futuros do S&P 500 despencam 2,5%. Em Tóquio, a queda superou os 12%, zerando toda a alta acumulada no ano. O índice Nikkei havia batido a máxima em quarenta anos. Em Taiwan, a queda foi de 8,35%. Na Coreia, o índice Kospi caiu 8,77%.
Um dos instrumentos de “defesa” de investidores é o índice VIX, usado para medir a volatilidade do mercado financeiro. Ele bateu a máxima em quatro anos, quando investidores não sabiam como reagir à Covid.
Desde a semana passada, investidores compraram a ideia de que o Fed pode ter demorado demais para começar a cortar os juros nos Estados Unidos, e que a reação com delay poderá levar o país a uma recessão. Estados Unidos em recessão significa, em geral, menor crescimento econômico no resto do globo. E a consequência disso é menor lucro das empresas, especialmente em um momento em que elas estão com os cofres abertos para financiar a expansão da inteligência artificial.
Trata-se de uma reação exagerada, uma espécie de compensação por outro exagero: as bolsas americanas estavam próximas das suas máximas históricas, isso apesar dos juros elevados. O Fed e Warren Buffett podem ter servido de gatilho para corrigir o excesso de otimismo.
Dificilmente o Brasil passará ileso a essa liquidação. O EWZ, que ajuda a prever a direção do Ibov ao longo do dia, recua mais de 3% nesta manhã.
Às 10h28, o Ibovespa recuava 2,17%