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Cade propõe posto sem frentista e mudança tributária sobre impostos

O Cade afirma que alguns problemas do setor estão ligadas ao desenho institucional que poderiam ser melhorados para aumentar a rivalidade

Por Redação
Atualizado em 29 Maio 2018, 16h59 - Publicado em 29 Maio 2018, 11h56
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  • O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgou nesta terça-feira um conjunto de nove medidas para o setor de combustíveis. As propostas foram publicadas em meio à greve dos caminhoneiros, que entrou no nono dia e causa desabastecimento geral da população.

    Segundo o Cade, as propostas já estavam sendo maturadas e discutidas internamente havia algum tempo. “O que se espera é, de maneira realista, incentivar o debate social e democrático a respeito de alguns temas específicos, que podem favorecer a concorrência no setor”, ponderam os pesquisadores responsáveis pelo estudo.

    O Cade afirma que nem todos os problemas do setor de combustível são provocados por condutas anticompetitivas e que existem questões ligadas ao desenho institucional que poderiam ser melhoradas para aumentar a rivalidade.

    Uma das propostas é a criação de postos de autosserviço, sem frentistas, em que o próprio consumidor enche o tanque do carro. Nos Estados Unidos, já funciona assim. O Cade defende ainda a proposta de que as distribuidoras possam importar combustíveis.

    Veja abaixo as nove propostas do Cade:

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    1) Permitir que produtores de álcool vendam diretamente aos postos

    Atualmente, os produtores de etanol não podem vender o produto diretamente ao posto por conta de restrições previstas em resoluções da Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Entende-se que este tipo de norma regulatória produz ineficiências econômicas, à medida em que impede o livre comércio e dificulta a possibilidade de concorrência que poderia existir entre produtor de etanol e distribuidor de combustível.”

    2) Repensar a proibição de verticalização do setor de varejo de combustíveis

    No Brasil, é vedado por lei a um posto de gasolina pertencer a uma distribuidora de gasolina ou a uma refinaria.

    3) Extinguir a vedação à importação de combustíveis pelas distribuidoras

    A permissão de importação pelos distribuidores de combustível reduziria os custos de transação e as margens de remuneração do intermediário (importador), além de estimular o aumento no número de agentes na etapa de fornecimento de combustíveis, com possível diminuição dos preços.

    4) Fornecer informações sobre o nome do revendedor de combustível

    Atualmente, um revendedor pode possuir diversas marcas simultaneamente (BR, Ipiranga, Shell, etc.) e estabelecer preços iguais para seus postos, mesmo sendo de bandeiras diferentes. “Tal situação dá a impressão errônea para os consumidores que diferentes marcas combinaram preços”, diz o Cade.

    5) Aprimorar a disponibilidade de informação sobre a comercialização de combustíveis

    A ampliação, o cruzamento e o aprimoramento dos dados à disposição da ANP e do Cade relacionados à comercialização de combustíveis (preços, volumes, etc.) permitirá a detecção mais ágil e precisa de indícios econômicos de condutas anticompetitivas. 

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    6) Repensar a substituição tributária do ICMS

    Para cobrar o imposto na origem, a autoridade tributária precisa elaborar uma tabela estimada de preços de revenda. Essa prática pode levar à uniformização dos preços nos postos. Ela também prejudica o empresário que opta por um preço mais baixo que o definido no momento da tributação.

    7) Repensar a forma de tributação do combustível

    Atualmente o imposto é cobrado por meio de um valor fixo por litro de combustível (ad rem). Há, portanto, uma distorção, já que alguém que vende o litro da gasolina mais barato paga proporcionalmente mais imposto do que outro que vende combustível mais caro. Desse modo, há incentivos para a venda com preços mais altos. O estudo sugere a cobrança de valores percentuais (ad valorem) sobre a receita obtida com a venda.

    8) Permitir postos autosserviços

    O autosserviço tende a reduzir custos com encargos trabalhistas, com consequente redução do preço final ao consumidor. Além disso, dota o consumidor de maior poder de escolha entre abastecer pessoalmente seu próprio carro ou escolher um posto com serviços de frentistas.

    9) Repensar as normas sobre o uso concorrencial do espaço urbano

    Propõe-se uma regulamentação nacional que fomente a rivalidade entre postos de combustíveis e repense restrições do uso do espaço urbano (a proibição de instalação de postos de gasolina em hipermercados, por exemplo), que acabam por diminuir a rivalidade entre os agentes de mercado e elevar o preço dos combustíveis.

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