Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Caged mostra mercado aquecido, o que pode pressionar mais a inflação

A escassez de profissionais eleva o salário exigido, levando a aumento do custo e possível pressão por aumento nos preços

Por Camila Pati 30 jul 2024, 17h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta terça-feira, 30,  surpreendeu positivamente, segundo Diogo Carneiro, consultor e professor na FIPECAFI. O mercado de trabalho formal apresentou um saldo positivo de 201.705 novas vagas com carteira assinada em junho.

    De  janeiro a junho, o saldo é de 1.300.044 de vagas formais criadas, e no acumulado de 12 meses, de julho de 2023 a junho de 2024, o saldo é positivo de 1.727.733 empregos. “Os números seguem demonstrando a solidez da economia ao consolidar um mercado razoavelmente aquecido, mesmo em um cenário de elevada incerteza”, diz. 

    Um dos fatores observados é que o crescimento ocorre próximo ao meio do ano, período em que a economia brasileira opera tipicamente em um patamar mais compassado. “De modo geral, a sazonalidade da economia provoca maior crescimento a partir do terceiro trimestre, sendo que o segundo trimestre costuma ser um período relativamente mais fraco”, diz Carneiro. O perfil do saldo de vagas também indica que os números refletem uma situação generalizada, não se restringindo a apenas alguns setores.

    Pressão inflacionária

    “Mercado aquecido pressupõe oportunidade de elevação salarial”, disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista coletiva, nesta terça-feira, 30, para comentar os dados do mercado formal. O ministro citou que quanto maior a renda dos trabalhadores mais chance de melhora no nível de consumo das famílias, e de demanda para indústria. “Estamos com os salários muito achatados no Brasil”, disse.

    Continua após a publicidade

    O país tem 102 milhões de pessoas ocupadas. “Se o mercado formal melhora, você pode migrar pessoas da informalidade para a formalidade”, disse Marinho.

    Apesar dos números bastante positivos, é possível alertar para possíveis pressões inflacionárias futuras, diz o professor da FIPECAFI. “O Brasil possui alguns gargalos estruturais que costumam criar obstáculos ao crescimento a partir de um certo patamar. São os conhecidos problemas que provocam os chamados vôos de galinha, situação em que o país não consegue perpetuar uma maior tendência de crescimento por esbarrar em barreiras estruturais, tanto de infraestrutura quanto produtividade e capacitação, notadamente a ausência de mão de obra qualificada”, diz.  

    A escassez de profissionais qualificados eleva o salário exigido por bons profissionais e levando a aumento do custo e possível pressão por aumento nos preços. Isso pode provocar falta de mão de obra qualificada e ocasionar problemas de produtividade, segundo ele. “O risco de pressões inflacionárias mais perceptíveis é ainda mais acentuado no setor de serviços, importante componente dos índices de inflação”, diz.

    Entretanto, ele destaca que parece ainda haver bom espaço para crescimento sem que haja gargalos e pressões inflacionárias, de modo que os resultados apresentados indicam uma situação muito positiva para o mercado de trabalho e a economia em geral.  “Espera-se que a criação de vagas formais seja acompanhada de movimento semelhante no mercado informal, indicando consistência na queda dos níveis de desemprego”, diz.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.